Por Débora Zampier
O novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou o sistema punitivo brasileiro, que considera ´desarrumado´ e dividido por classes sociais. Para ele, o direito penal só é bem explorado por quem tem dinheiro para pagar bons advogados.
´Fato real é que somos punitivos seletivamente. Na Justiça Penal, a estratificação de classes é muito evidente´, avaliou, durante conversa com jornalistas nessa sexta-feira. Ele também acredita que a polícia e o sistema carcerário ´vivem momentos difíceis´ e que é preciso repensar o modelo penal brasileiro.
Para Barroso, as polícias precisam ganhar ´status e dignidade´ para atuar de forma mais eficiente e menos violenta. ´A polícia que bate ou é violenta ou é por falta de recursos para investigar. A polícia que vive de quebra de sigilo é porque não tem outros elementos´, analisou.
Quanto ao sistema penitenciário, ele defende a adoção de prisões domiciliares com monitoramento eletrônico nos crimes de menor potencial ofensivo. ´O sistema penitenciário, apesar dos muitos investimentos feitos, é um ambiente de degradação humana. Não realiza o papel de ressocialização. Quem chega no sistema sai pior do que entrou.´
Barroso também sinalizou ser contrário à redução da maioridade penal, pois acredita que o sistema carcerário já está muito sobrecarregado para suportar novas demandas.
A portaria com a nomeação de Luís Roberto Barroso para o cargo de ministro do Supremo foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. Ele deve tomar posse no dia 26.
Na último quarta-feira (5), Barroso teve o nome aprovado no plenário do Senado, com 59 votos favoráveis e 6 contrários, depois de passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Agência Brasil
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