segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Um golpe de mestre na saúde dos brasileiros

Esses médicos cubanos serão charlatães, submetendo o povo mais humilde a situações de risco.


(Foto: Arquivo)
Por Evaldo D´Assumpção*

Concretiza-se, finalmente, o grande golpe “jaleco branco” do (des) governo petista contra o ingênuo povo brasileiro. Estão chegando os notáveis médicos cubanos que vão resolver o problema da assistência médica no Brasil. Será?
Pelo que conheço da medicina cubana, ela não tem quase nada a oferecer ao povo brasileiro. Em setembro de 1991 estive no Simpósio de Cirurgia Plástica de Centroamérica e Caribe, em Havana, e nessa ocasião tivemos a oportunidade de visitar o Hospital Hermanos Ameijeiras, inaugurado em dezembro de 1982 por Fidel Castro e apresentado como “creado por la revolución para brindar al pueblo una atención en el ámbito de los mejores centros de su clase en el mundo.
Nele tive maior interesse pela ala de tratamento de queimados, que era uma das minhas especialidades médicas. Foi decepcionante. Suas condições de higiene e equipamentos deixavam muito a desejar e seus médicos, que gentilmente nos acolheram, tinham profundas queixas das condições de trabalho e remuneração. 
Durante o Congresso, no enorme Centro de Convenções haviam dois restaurantes: um, muito bem instalado, era destinado exclusivamente ao congressistas estrangeiros. Os médicos locais eram proibidos de usá-lo, tendo um restaurante só para funcionários. Obviamente que, tomando conhecimento dessa discriminação todos os congressistas estrangeiros se revoltaram, anunciando que, se nossos colegas cubanos não pudessem tomar suas refeições conosco, o Simpósio seria encerrado na sessão de abertura. Com isso, eles foram liberados para tomar as refeições conosco. Narro isso como um pequeno retrato da condição de vida cubana.
Quanto ao hospital, nada tinha melhor do que o Hospital de Pronto Socorro de Belo Horizonte, onde eu havia criado e chefiava o serviço de cirurgia plástica e tratamento de queimados.  
A pedido de um amigo que sofria de vitiligo,visitei a clínica que tratava dessa doença em Havana, usando um protocolo inédito e exclusivo de Cuba, sucesso no mundo inteiro. Não me convenci do que foi mostrado, e hoje já nem se fala dessa contribuição maior da pesquisa médica cubana. 
Não consigo entender como um país que vive em constantes dificuldades econômicas, onde seus problemas sociais só não aparecem por causa da rígida censura ali existente, tenha médicos em profusão para se tornarem produtos de exportação. Também não entendo como eles irão resolver o problema do atendimento médico no Brasil, se suas causas não residem na simples presença ou ausência de um doutor, mas na enorme deficiência de saneamento básico, educação, moradia decente, alimentação adequada, tudo isso agravado pela total falta de condições mínimas para o atendimento básico à saúde, das populações mais carentes. 
Acredito que isso só funcionará se os “doutores” que vierem forem especialistas em pajelanças, chazinhos de ervas e benzeduras, pois não encontrarão as mínimas condições para fazerem diagnósticos, tampouco medicamentos adequados e suficientes para serem distribuídos gratuitamente aos sobreviventes do Bolsa Família. 
Somando-se a isso, o fato de que não terão registro oficial nos CRMs, serão charlatães, submetendo o povo mais humilde de nosso estuprado Brasil a situações de riscos, cujas consequências, esse mesmo povo irá lamentar lá na frente, quando já forem vítimas com sequelas irrecuperáveis. Medicina não é brinquedo. A vida não dá duas safras.
* Evaldo D´Assumpção é médico e bioeticista.

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