Pesquisa aponta os riscos para aqueles que têm cintura avantajada. Quem não tem a sua barriguinha?
Barriguinha de chope: afinal, morre-se também de tristeza.
Por Lev Chaim*
Pessoas magras, com uma certa barriguinha, entre os 50 e 60 anos, correm mais riscos de morrer antes do tempo do que aquelas de cintura fina, dentro da mesma faixa etária. Isso, eu li na pesquisa da professora holandesa de Utrecht, Petra Peeters, realizada com 360 mil europeus e publicada na revista científica “New England Journal of Medicine”. Peguei a revista por acaso enquanto esperava a minha vez no dentista.
Antes que fique preocupado e comece a apalpar a própria cintura, vamos aos fatos. Gordura de mais, já se sabia, não é nada saudável. Agora, esta pesquisa tenta provar que a barriguinha dos magros pode ser tão ou mais fatal do que a própria obesidade. As gordurinhas acumuladas ali, conforme a pesquisa, podem ser mortais.
Nas pessoas monitoradas, durante dez anos, os homens, com uma cintura de 86 a 91 centímetros, mesmo apesar de magros, têm 46% mais chances de morrer do que os magros sem barriga. Para os de cintura de 96 a 102 centímetros, essas chances já sobem para 64%.
Para as mulheres, a pesquisa aponta resultados semelhantes. As magras, mas com uma cintura entre 70 e 75 centimetros, têm 17% mais de chances de morrer antes do tempo que uma magra sem barriga. Já as com 81 a 89 centimetros de barriga, apesar de magras, as chances de uma morte prematura aumentam para 70%. As mortes foram ocasionadas principalmente por câncer, problemas de circulação e problemas pulmonares.
Quando li tudo aquilo na sala de espera do dentista, fiquei um tanto quanto preocupado. Não que eu seja barrigudo, mas, uma barriguinha, com certeza, a gente sempre tem.
Mas, depois de pensar sobre o assunto, cheguei à seguinte conclusão: morre-se também de tristeza. Se a gente for viver só preocupado em ser magro e sem barriga, pode até correr o risco de se esquecer do arco-íris, o símbolo da promessa de Deus a Noé, de que ele e todos em seu barco sobreviveriam.
Pena que na reportagem que eu li sobre esta pesquisa, não encontrei nenhuma foto da cientista holandesa que disse que a barriguinha era tão ou mais funesta que a obesidade. Fiquei curioso para saber o tamanho da cintura dela. Neste momento, fui chamada para entrar no gabinete do dentista. Tchau e até a terça-feira.
*Lev Chaim é jornalista, publicista da empresa FalaBrasil, colunista e trabalhou 20 anos para a Radio Internacional da Holanda, país em que mora. Lev Chaim escreve às terças-feiras para o Dom Total.
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