Papa destacou importância de «compromissos definitivos», ao encerrar viagem à cidade italiana
Assis, Itália, 04 out 2013 (Ecclesia) – O Papa encerrou a sua viagem de hoje a Assis, na Itália, com um apelo ao compromisso dos católicos na transformação da sociedade, a partir da sua fé, convidando os jovens a assumirem “compromissos definitivos”.
“O Evangelho, esta mensagem de salvação, tem dois destinos que estão ligados: o primeiro é suscitar a fé, e isso é a evangelização; o segundo é transformar o mundo segundo o desígnio de Deus”, declarou, perante milhares de pessoas reunidas na Praça da Basílica de Santa Maria dos Anjos.
Francisco respondeu às questões colocadas por jovens das oito dioceses da região italiana da Úmbria sobre temas como vocação, família, trabalho e missão na Igreja.
O Papa sublinhou que o Evangelho “não diz respeito apenas à religião”, mas “ao homem, a todo o homem” e ao “mundo, à sociedade, à civilização humana”.
“A humanidade tem verdadeiramente necessidade de ser salva, vemo-lo todos os dias quando folheamos o jornal ou vemos as notícias na televisão, vemo-lo à nossa volta, nas pessoas, nas situações”, referiu.
Neste sentido, o discurso precisou que o “compromisso social”, em particular num período de crise que “ameaça a esperança”, e o “anúncio de Jesus aos outros” não são coisas separadas.
“Levar o Evangelho com o testemunho da nossa vida transforma o mundo”, defendeu.
A salvação, precisou Francisco, visa combater “o mal”, perante o qual “o cristão não se resigna”, porque “não é invencível”.
A intervenção desafiou os jovens a “não ter medo de dar passos definitivos na vida” e falou do casamento como uma “verdadeira” vocação, à imagem do sacerdócio e da vida consagrada, que exige “coragem”.
O Papa frisou que hoje falta a “base moral e espiritual para construir” que as famílias e a “tradição social” garantem, criticando a “cultura do provisório” e o “egoísmo”.
“A sociedade em que vós nascestes privilegia os direitos individuais em vez da família, as relações que duram até surgirem dificuldades”, lamentou.
O discurso aludiu ainda às vocações para o sacerdócio e a vida consagrada, dando como exemplo as vidas dos santos Francisco e Clara de Assis que continuam a inspirar “jovens que deixam tudo para seguir Jesus no caminho do Evangelho”.
“Hoje, em nome de São Francisco, digo-vos: não tenho ouro nem prata para dar-vos, mas algo de muito mais precioso, o Evangelho de Jesus”, concluiu.
A viagem de mais de 11 horas a Assis conclui-se com uma visita privada ao Santuário de Rivotorto e ao "casebre" de São Francisco.
O Papa encontrou-se com portadores de deficiência, pobres, religiosos e responsáveis eclesiais da região, deixando apelos ao “despojamento” da Igreja, à paz, ao respeito pela natureza e atenção aos mais necessitados.
OC
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário