segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Nem bombeiro pode apagar

Mais que de bombeiros, a tragédia das queimaduras no Brasil depende de educação.


Carlos E. Leão no Programa do Jô: lições sobre o perigo.
Por Carlos Eduardo Leão*
Foi uma experiência e tanto. Desde o primeiro contato com a produção do Programa do Jô eu já pressentia que alguma coisa boa estava por vir. Vislumbrava a grande chance de mostrar ao Brasil a importância sócio-cultural da queimadura, um dos maiores flagelos da medicina, e a possibilidade de sensibilizar a opinião pública na direção do meu sonho maior como médico: incluir na grade curricular do ensino fundamental da escola brasileira uma matéria chamada "Prevenção de Acidentes". 

Ensinar aos brasileirinhos o que é o perigo e como conviver com ele é mudar definitivamente uma cultura equivocada desde Cabral. Somente uma nova cultura, renovada e inteligente, é capaz de apagar uma outra, obsoleta e retrógrada, em qualquer âmbito de convivência entre humanos.

E foi no Programa do Jô, do último dia 3, que lancei a semente para que esta vontade técnica possa ser abraçada e salvar milhares de brasileiros do desconhecimento, do descaso, do desrespeito e da negligência de nossos governantes para com o real significado de cidadania, onde educar é a única saída. 

Uma vez indicado o meu nome por dois fraternais amigos, igualmente entusiastas da causa, o ex-deputado constituinte Ronaldo Cezar Coelho e o seu irmão Arnaldo Cezar Coelho, ex-árbitro e principal comentarista de arbitragem da Rede Globo, a minha experiência foi extraordinária nos quase dois meses que antecederam o primeiro telefonema oriundo de uma equipe altamente profissional e capacitada.

Quando a jornalista Myriam Clark, do staff do Jô, terminou a chamada pré-entrevista, pude comprovar o significado do jornalismo eficiente e comprometido com a pesquisa, não somente com o assunto principal, queimadura, mas com dois outros temas a que me dedico com igual atenção: a cirurgia da calvície e o meu lado cronista, cujos conteúdos foram amplamente pesquisados e reconhecidos como importantes e de interesse para uma conversa com Jô Soares. 

O cuidado com o entrevistado chamou-me a atenção. Desde o motorista que me buscou no endereço paulistano, passando por pessoas como o assessor Dinho Carvalho, já nos estúdios da TV Globo, a equipe de bastidores, o conforto no camarim, a precisão nos horários, enfim, tudo, absolutamente tudo foi perfeito, digno do reconhecido padrão de qualidade que caracteriza a emissora.

O cenário é mágico. Um auditório repleto de pessoas que esperam ansiosamente a oportunidade de assistir ao vivo um programa que já dura mais de duas décadas confirma a assertiva. O astral é altíssimo. E Jô Soares, diante da importância da causa, proporcionou-me uma entrevista serena, magnificamente bem conduzida, deixando-me muito à vontade na evolução da conversa em que houve momentos de total descontração e interação com a audiência atenta e interessada.  

Lembro aos que me lêem que quem participou do Programa do Jô, na semana passada, era também o articulista do Dom Total que escreve regularmente nesta revista eletrônica.  Naqueles vinte e cinco minutos de conversa com Jô Soares vivi um momento marcante na minha vida profissional, muito pela grande oportunidade que tive de, informalmente, passar ao grande público a história de uma missão que, pela minha obstinação e, sobretudo, esperança, hei de conseguir para que possa estar totalmente realizado como médico e cidadão.

Clique aqui e veja a íntegra da entrevista!
*Carlos Eduardo Leão é médico e cronista

Nenhum comentário:

Postar um comentário