Modelo econômico se mostrou incapaz de conciliar crescimento e superação da pobreza (Foto: Divulgação) |
Marcus Eduardo de Oliveira
O modelo de crescimento econômico – via modernização tecnológica – posto em prática a partir dos anos 1950 para reconstruir as economias devastadas pela Segunda Guerra Mundial, patrocinada pela oferta de capital norte-americano (Plano Marshall) “prometeu” (mas não cumpriu) atender as mais diversificadas necessidades humanas.
Na verdade, o “produto” que nos foi (e ainda está sendo) entregue como resultado desse “modo econômico” de “administrar” o mundo é a mais completa devastação dos recursos planetários.
Desde então, esse modelo econômico se mostrou incapaz de conciliar crescimento econômico, superação da pobreza e preservação do meio ambiente.
Sequer nos “esboços” de políticas econômicas, de modo geral, se trabalha, primeiramente, com a ideia de se atingir a ecoeficiência, definida pelo Conselho Empresarial sobre Desenvolvimento Sustentável (Business Council for Sustainable Development) como “bens e serviços que satisfazem as necessidades humanas e trazem qualidade de vida, enquanto reduzem progressivamente os impactos ecológicos e o uso intensivo de recursos ao longo do ciclo de vida a um nível mais de acordo com a capacidade da Terra”.
Na prática, o preceito que norteia a ecoeficiência prima, sobremaneira, pela otimização ou redução no uso de insumos, como água, energia e materiais. Trata-se de um modelo que adapta os sistemas de produção organizacional já existentes às necessidades ambientais e de mercado, ao mesmo tempo em que torna os negócios mais inovadores e competitivos. É a iniciativa de se fazer mais e melhor com menos.
Para o êxito do conceito de ecoeficiência é de fundamental importância que a economia (atividade produtiva) e a ecologia (ciências naturais) estabeleçam entre si atitudes compatíveis.
Nesse pormenor, uma atitude compatível e sensata, entre outras, seria buscar a redução significativa do uso dos recursos por parte dos países industrializados que “abocanham” 80% de toda a produção mundial “distribuída” para apenas 20% da população mundial.
Esses 20% (1,4 bilhão de pessoas) respondem por mais de 80% do PIB e do comércio mundiais, consomem 60% dos fertilizantes artificiais, 81% dos papéis e 85% dos produtos químicos do mundo. Desnecessário dizer que também “contribuem” com mais de 85% da poluição mundial.
Uma vez que é impossível fazer com que os países pobres e suas populações (80% da humanidade, ou 5,6 bilhões de pessoas) atinjam os níveis de consumo das nações ricas, pois isso excederia a “capacidade de sustentação do planeta”, somente a redução nos padrões de produção e consumo dos países ricos permitirá que 80% da população mundial (dos países pobres) melhorem suas condições de vida.
O certo é que a continuidade desse exagerado consumo em poucas mãos nos legou até o momento a mais grave crise ambiental produzida pelo homem. O resultado é catastrófico: espécies animais e vegetais extintas em grande velocidade, refugiados ambientais que já somam 50 milhões de pessoas, desflorestamento, poluição excessiva (mais de 1,5 milhão de pessoas mortas todos os anos no mundo em decorrência dos efeitos da poluição) e aquecimento global.
Se existe uma forma de reverter esse quadro, isso passa indubitavelmente por estabelecer uma nova forma de relação (tratamento) entre o homem e o meio ambiente. Isso é a mais fidedigna forma de se atingir a ecoeficiência.
Não é mais aceitável que a humanidade continue assoberbadamente transformando recursos naturais em fonte de lucro. Quebrar e romper de uma vez por todas com esse paradigma passa pela mudança (conversão) de mentalidade ou, como gostam de dizer os filósofos, de metanóia.
Na verdade, o “produto” que nos foi (e ainda está sendo) entregue como resultado desse “modo econômico” de “administrar” o mundo é a mais completa devastação dos recursos planetários.
Desde então, esse modelo econômico se mostrou incapaz de conciliar crescimento econômico, superação da pobreza e preservação do meio ambiente.
Sequer nos “esboços” de políticas econômicas, de modo geral, se trabalha, primeiramente, com a ideia de se atingir a ecoeficiência, definida pelo Conselho Empresarial sobre Desenvolvimento Sustentável (Business Council for Sustainable Development) como “bens e serviços que satisfazem as necessidades humanas e trazem qualidade de vida, enquanto reduzem progressivamente os impactos ecológicos e o uso intensivo de recursos ao longo do ciclo de vida a um nível mais de acordo com a capacidade da Terra”.
Na prática, o preceito que norteia a ecoeficiência prima, sobremaneira, pela otimização ou redução no uso de insumos, como água, energia e materiais. Trata-se de um modelo que adapta os sistemas de produção organizacional já existentes às necessidades ambientais e de mercado, ao mesmo tempo em que torna os negócios mais inovadores e competitivos. É a iniciativa de se fazer mais e melhor com menos.
Para o êxito do conceito de ecoeficiência é de fundamental importância que a economia (atividade produtiva) e a ecologia (ciências naturais) estabeleçam entre si atitudes compatíveis.
Nesse pormenor, uma atitude compatível e sensata, entre outras, seria buscar a redução significativa do uso dos recursos por parte dos países industrializados que “abocanham” 80% de toda a produção mundial “distribuída” para apenas 20% da população mundial.
Esses 20% (1,4 bilhão de pessoas) respondem por mais de 80% do PIB e do comércio mundiais, consomem 60% dos fertilizantes artificiais, 81% dos papéis e 85% dos produtos químicos do mundo. Desnecessário dizer que também “contribuem” com mais de 85% da poluição mundial.
Uma vez que é impossível fazer com que os países pobres e suas populações (80% da humanidade, ou 5,6 bilhões de pessoas) atinjam os níveis de consumo das nações ricas, pois isso excederia a “capacidade de sustentação do planeta”, somente a redução nos padrões de produção e consumo dos países ricos permitirá que 80% da população mundial (dos países pobres) melhorem suas condições de vida.
O certo é que a continuidade desse exagerado consumo em poucas mãos nos legou até o momento a mais grave crise ambiental produzida pelo homem. O resultado é catastrófico: espécies animais e vegetais extintas em grande velocidade, refugiados ambientais que já somam 50 milhões de pessoas, desflorestamento, poluição excessiva (mais de 1,5 milhão de pessoas mortas todos os anos no mundo em decorrência dos efeitos da poluição) e aquecimento global.
Se existe uma forma de reverter esse quadro, isso passa indubitavelmente por estabelecer uma nova forma de relação (tratamento) entre o homem e o meio ambiente. Isso é a mais fidedigna forma de se atingir a ecoeficiência.
Não é mais aceitável que a humanidade continue assoberbadamente transformando recursos naturais em fonte de lucro. Quebrar e romper de uma vez por todas com esse paradigma passa pela mudança (conversão) de mentalidade ou, como gostam de dizer os filósofos, de metanóia.
*Marcus Eduardo de Oliveira é economista com especialização em Política Internacional e mestrado em Estudos da América Latina pela Universidade de São Paulo (USP). É professor de economia do UNIFIEO e da FAC-FITO, em Osasco/SP. Autor dos livros 'Conversando sobre Economia' (Editora Alínea), 'Pensando como um economista' (Editora EbookBrasil) e 'Humanizando a Economia' (Editora EbookBrasil – livro eletrônico). Contato: prof.marcuseduardo@bol.com.br
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