Francisco evoca exemplo da Virgem Maria para apelar a compromissos definitivos
Cidade do Vaticano, 13 mai 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje no Vaticano para os riscos de uma cultura do “provisório” que incapacita as pessoas de assumirem ou manterem compromissos, numa homilia proferida junto à imagem da Capelinha das Aparições.
“Sou um cristão intermitente, ou sou cristão sempre? Infelizmente, a cultura do provisório, do relativo penetra também na vivência da fé”, alertou, na missa conclusiva da Jornada Mariana do Ano da Fé, na Praça de São Pedro, perante dezenas de milhares de pessoas.
Francisco convidou os participantes a “nunca seguir pela estrada do provisório”, que “mata”, após ter recordado as ocasiões em que cada um se terá entusiasmado “por qualquer coisa, por uma iniciativa, por um compromisso”, mas depois, “ao surgirem os primeiros problemas”, desistiu.
“Infelizmente, isto acontece também com as opções fundamentais, como a do matrimónio. É a dificuldade de ser constantes, de ser fiéis às decisões tomadas, aos compromissos assumidos”, observou.
O Papa aconselhou as famílias a dizer “com licença, desculpa, obrigado”, sublinhando em particular a importância desta última atitude: “Quantas vezes dizemos obrigado a quem nos ajuda, vive perto de nós e nos acompanha na vida?”.
A intervenção partiu da figura da Virgem Maria e dividiu-se em três pontos: “Deus surpreende-nos, Deus pede-nos fidelidade, Deus é a nossa força”.
“Deixo-me surpreender por Deus, como fez Maria, ou fecho-me nas minhas seguranças, materiais, intelectuais, ideológicas, dos meus projetos? Deixo verdadeiramente Deus entrar na minha vida? Como Lhe respondo?”, perguntou Francisco.
Essa surpresa, prosseguiu, exige “fidelidade” para seguir Deus, a exemplo do que aconteceu com Maria, cujos “muitos «sins» que culminaram no «sim» ao pé da Cruz”.
“Estão aqui hoje muitas mães; pensai até onde chegou a fidelidade de Maria a Deus: ver o seu único Filho na Cruz”, prosseguiu.
No final da missa, o Papa vai proferir um “ato de entrega” diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições, que pela terceira vez está no Vaticano.
OC
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