Celebrar o Natal é celebrar o novo reino que veio e também está para ser construído.
Celebrar o Natal é celebrar Jesus que está entre nós e também rever nossa vivência sob o critério de sua volta.
Por João Batista Nunes Coelho*
Celebrar o Natal é celebrar o nascimento de Jesus, todo mundo sabe. Mas é só? Não, é mais. É celebrar Jesus que está entre nós e também rever nossa vivência sob o critério de sua volta. Para se posicionar nesse contexto, a pergunta base: Como ele nos encontrará quando voltar? É essencial. "Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes” (Mt 24,44). Então, pelo modo como vivo, quando eu fechar os olhos para este mundo, terei a graça de ser acolhido pelo Senhor?
Penitência. O que conta diante de Deus é a penitência que cada um faz, como dizia João: "Fazei penitência porque está próximo o Reino dos céus" (Mt 3,1-2). Isso é mais do que cantar os méritos dos outros, viver admirando o que Cristo fez ou o que os santos fizeram. A mudança pessoal de vida é que conta. Já pensou nisso? A conversão nos direciona para um futuro promissor.
Destino. Para onde vamos? Para a eternidade. Todo acontecimento, de pouca ou grande monta, nos direciona para a vinda de Jesus. É para esse encontro que precisamos nos preparar. De que forma? Utilizando instrumentos adequados, transformando os instrumentos que normalmente são utilizados para a morte de pessoas, do planeta, em instrumentos de vida, como quis Jesus. “De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra” (Is 2,4). Viu? O profeta nos ensina fundir as espadas para fazer coisas úteis como bicos de arado, foices; convida a transformar as armas em instrumentos de trabalho, mudar a força de destruição em força de construção, abandonar o individualismo e partir para a colaboração[2]. Resultado? Um mundo mais promissor, ainda que nos últimos tempos.
Últimos tempos. Quando acontecerão? No final da história? Os "últimos tempos" representam o futuro que já deve estar presente e é também fruto de nossas mãos. Precisamos construí-lo, como o povo hebreu construiu o Templo de Jerusalém. Todavia foi destruído. Que indicam a destruição do Templo e da cidade de Jerusalém? São um sinal de advertência. Indicam que também findaremos. Claro, caminhamos para o fim, desde que nascemos. Os últimos tempos poderão ser, para cada um aos 5 anos de idade, aos 30, aos 90 anos. Ninguém sabe.
Novo mundo. É preciso construir o futuro que queremos para os últimos tempos e depois deles. De que modo podem ser construídos? Fugindo de tudo que não dá sentido à vida. Como saber o que dá e o que dá não sentido à vida? O Senhor "nos ensinará seus caminhos, e nós trilharemos as suas veredas" (Is 2,3). Resta saber: Trilharemos? Depende de nós. O certo é que há uma comunidade ideal a se tornar real. O Natal abre nossos olhos para esta realidade.
Celebrar o Natal é, pois, celebrar o novo reino que veio e também está para ser construído. Como assim? Ele é instaurado pela ação de cada pessoa, sob a direção de Deus e se estenderá podendo atingir o universo. Estará estendido nos últimos tempos? Depende de cada um e de todos nós. Os “últimos tempos” são o futuro que já está presente e também que pode ainda acontecer. "Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes" (Mt 24,44).
Que a luz do Natal dê sentido à nossa vida e à construção de um mundo melhor.
*Reflexão sobre as leituras do 1º Domingo do Advento.
Dom Total
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