quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF) - CONFRATERNIZAÇÃO NATALINA



Em clima de larga fraternidade e abundante alegria – uma tradição do Sodalício – os acadêmicos da AMLEF realizaram hoje (03.12.2013), nas dependências do Náutico Atlético Clube, a Confraternização Natalina de 2013.

O evento foi prestigiado por grande contingente de Amlefianos.

Uma singela e tocante celebração foi realizada ao redor de um presépio montado especialmente para a ocasião. O Presidente Júnior Bonfim abriu a solenidade agradecendo a presença de todos e solicitando ao acadêmico Marcus Fernandes que procedesse à leitura da belíssima crônica intitulada Fortaleza Natalina, da lavra do confrade Paulo Roberto Cândido:

  FORTALEZA NATALINA

Já vemos as luzes adornando as silhuetas das árvores e das edificações, construindo uma Fortaleza Natalina, que mesmo com os aspectos tradicionais de outras plagas, principalmente as estrangeiras, ainda consegue ser sertaneja e litorânea diante das minhas retinas apaixonadas. 

 Antes de encontrar o Bom Velhinho, com suas barbas brancas e corpo rechonchudo, trazendo no ombro o saco com os presentes, quero dar de cara com o pescador cearense, que traz a rede de pescar nas costas, cheia de sabores marinhos que acostumaram meu paladar com o gosto do litoral Fortalezense, ou com a rendeira, às vezes também redondinha como o Papai Noel, com seus bilros encantados nas mãos, a nos preparar a genuína renda do Ceará, que irá enfeitar de beleza e singeleza, mesas e outros objetos espalhados pelo mundo. 

Tanto o pescador quanto a rendeira formam a simbologia do meu Natal, muito mais do que as luzes e os brilhos que pousam abundantemente, por galhos, sacadas e fachadas que anunciam o nascimento e o fim. Afinal de contas estamos fechando mais uma era no mês de Dezembro. O menino Jesus nascendo e o ano se entregando ao encerramento do calendário. Enxergar o vermelho do Papai Noel sem ser mais criança, traz para nós adultos esta universal melancolia, que nos prepara para o momento em que ficaremos de costas para o que passou, olhando para a frente, em futuro que desejamos ser promissor, assim que os ponteiros deixarem o " dezembrino" dia 31. Melhor lembrar da simbologia da nossa natividade, aquela que nasce um dia e nunca mais morre. O lugar que nos oferta a tradição, a cultura, os hábitos, as cores, os sons e tudo mais que nos dá a identidade. 

Assim é a Fortaleza Natalina, deixou em mim a jangada, a mulher rendeira, o verdejante mar bravio e manso quando quer, o sabor da paçoca com baião de dois e a rede branca pra descansar ou sonhar. Tudo que ficou foi trazido pela criança que fui, pela que sou e pela criança que sempre serei. É ela quem vê o Papai Noel e os enfeites do Natal sem ficar melancólica, pois compreende que a minha cidade é Natalina, por que me deu o berço e mesmo que tenha vindo de fora, foi por esta Fortaleza que construi meus caminhos e nasci para a cidadania. 


Feliz Natalina Fortaleza! 

Paulo Roberto Cândido 
Cadeira 29 da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - AMLEF

Embalado pelo clima de emoção que contagiou os presentes, Marcus Fernandes – que, dentre suas multifacetadas habilidades, é também excelente intérprete – recitou um Soneto que escreveu em homenagem à filha:

MEU PRESENTE DE NATAL

'Para minha infante Raphinha’

 Ah! Minha filha, quando eu era criança 
Pro Natal me preparava contente 
Só a alegria morava em mim somente 
Velhos tempos que guardo na lembrança. 


 E pra Papai Noel eu escrevia 
Pedindo para me fazer feliz. 
Que me desse tudo que eu sempre quis: 
Presentes, quando criança pedia. 


O tempo deixou pra trás os meus sonhos 
E não pretendo ser hoje tão rude! 
Sonhos, filha, de velhos, são estranhos. 


Enfim, para uma pessoa da minha idade, 
No instante imploro somente saúde. 
Deixo para trás a triste saudade. 


Após essa tocante homenagem, ouvimos uma comovente mensagem do General Torres de Melo sobre o significado do Natal. Emocionado, Dezinho Lemos pediu espaço para contar um pouco da sua luta de homem da roça até chegar a conquistar um espaço entre a elite intelectual como fundador de uma Academia de Letras.  

Em seguida todos uniram as mãos aos céus para rezar a Oração do Pai Nosso e a Ave Maria. Por fim, o Presidente Júnior Bonfim agradeceu ao ex-Presidente Seridião Montenegro pela maneira parcimoniosa com que gerenciou os recursos da AMLEF, cujo saldo de caixa possibilitou o custeio integral da confraternização. Na sequencia, pediu que a dama Luiziana Esteves sorteasse uma cesta natalina entre os acadêmicos. Paulo Roberto Cândido foi o felizardo e, nessa condição, fez uso da palavra para agradecer o anjo da guarda e creditar o crescente sucesso da AMLEF à força espiritual que a movimenta.

Ao final, o banquete foi servido sob a animação de um grupo musical regional patrocinado pelos acadêmicos Osmar Diogénes e Fernando Távora. Vejam alguns flashes da festa:

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