Dom Genival Saraiva*
O tempo do Advento e o tempo da Quaresma fazem um forte chamado à conversão, não obstante cada um tenha enfoque próprio porque “embora se insista na conversão, o Advento não tem o mesmo sentido penitencial da Quaresma. Tem mais o sentido de prepararmos, alegres e esperançosos, o caminho do Senhor que vem. (...) Certamente, a nossa conversão acontece com altos e baixos. O Advento é tempo próprio para retornar ou recomeçar.” Dessa maneira, a espiritualidade do Advento convida os fiéis à conversão, na medida em que os coloca diante das exigências concretas de vigilância e oração que são alimentadas pela certeza da vinda do Senhor.
O tempo do Advento e o tempo da Quaresma fazem um forte chamado à conversão, não obstante cada um tenha enfoque próprio porque “embora se insista na conversão, o Advento não tem o mesmo sentido penitencial da Quaresma. Tem mais o sentido de prepararmos, alegres e esperançosos, o caminho do Senhor que vem. (...) Certamente, a nossa conversão acontece com altos e baixos. O Advento é tempo próprio para retornar ou recomeçar.” Dessa maneira, a espiritualidade do Advento convida os fiéis à conversão, na medida em que os coloca diante das exigências concretas de vigilância e oração que são alimentadas pela certeza da vinda do Senhor.
A liturgia do Advento tem uma riqueza de linguagem messiânica muito grande, como se percebe, especialmente, na profecia de Isaías, quando faz um chamado à conversão que começa pela mudança no porquê do culto a Deus e no modo de oferecê-lo. Com efeito, ensina o profeta Isaías que Deus detesta cultos vazios de sentido por não serem senão mera formalidade. O verdadeiro culto passa pela mudança de coração, de sentimentos, pela mudança de conduta, de atitudes. (cf. Is 1, 11-18)
Por ser essencialmente comunitária, a liturgia do Advento tem presente a realidade da Igreja que, em sua condição peregrina, também necessita da graça da conversão, da conversão pastoral. “Examino a minha disponibilidade concreta para a conversão, tanto pessoal como pastoral. Com a graça de Cristo, opto pela mudança de tudo aquilo que, pessoalmente, me afasta dele e dos irmãos; e pela mudança dos ‘modelos pastorais’ que não provocam a adesão à fé em Jesus. Todos precisamos de uma conversão pessoal e pastoral, que implica uma escuta atenta e o discernimento daquilo que o Espírito diz às Igrejas, através dos sinais dos tempos.” Fala-se, apropriadamente, de conversão pessoal e de conversão pastoral. Na verdade, a conversão pessoal fala de mudança na vida de um fiel, de um animador, de um agente da evangelização. A conversão pastoral implica mudança no modo de ser e de agir da Igreja, como corpo, em sua ação missionária. Tendo-a definido o Concílio Vaticano II como “povo de Deus”, a Igreja deve passar por um contínuo processo de conversão.
O tema da conversão é tão antigo quanto a Revelação divina que aconteceu na Antiga e na Nova Aliança. Por sua vez, o tema da conversão pessoal sempre esteve presente na espiritualidade da Igreja, na mística e na ascese de muitos santos e santas. De sua parte, o tema da conversão pastoral é mais recente. No continente latinoamericano, a referência mais próxima está no Documento de Aparecida: - “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária.”. No Brasil, está destacada no Documento da CNBB – “Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia”: - “A conversão pessoal e a pastoral andam juntas, pois se fundam na experiência de Deus que as pessoas e as comunidades conhecem.” Está muito acentuada na palavra do Papa Francisco: “A Conversão Pastoral diz respeito, principalmente, às atitudes e a uma reforma de vida. Uma mudança de atitudes é necessariamente dinâmica: “entra em processo” e só é possível moderá-lo acompanhando-o e discernindo-o.”
É necessário que cada fiel e que toda a Igreja vivam o tempo do Advento no cultivo da conversão pessoal e pastoral
*Bispo de Palmares (PE)
*Bispo de Palmares (PE)
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