sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Mandela: Madiba deixa a «herança da paz»

Porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa diz que «é impossível não sentir veneração» por quem lutou pela justiça e contra o apartheid na África do Sul.

D.R. | Nelson Mandela
Lisboa, 05 dez 2013 (Ecclesia) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje que Nelson Mandela deixa uma “herança da paz” e que é impossível não sentir veneração e saudade” pelo líder histórico da luta contra o “apartheid”, hoje falecido.
“É impossível não sentir veneração e saudade por Nelson Mandela, que soube lutar, com as armas da paz, pela justiça e concórdia de todo o povo da África do Sul”, afirmou o padre Manuel Morujão à Agência ECCLESIA.
Nelson Mandela morreu hoje aos 95 anos, em Joanesburgo, anunciou Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, numa comunicação televisiva.
Para o secretário da CEP, Mandela foi um “construtor da concórdia”, vencendo “injustiças do regime do apartheid” e “estabelecendo pontes de diálogo” entre todos os sul-africanos.
“A sua longa prisão e os vexames que sofreu para vencer as injustiças do regime do apartheid poderiam ter criado um revoltado que planeava vinganças. Mas Nelson Mandela foi um construtor de concórdia e unidade do seu povo, estabelecendo pontes de diálogo e colaboração entre brancos e negros, colonizadores e colonizados”, referiu o padre Manuel Morujão.
Para o secretário e porta-voz da CEP, Nelson Mandela foi uma “voz profética” que fez “cair os muros da segregação racial, das injustiças entre irmãos”.
“Acho oportuno recordar o que o Papa Francisco nos diz na sua recente Exortação apostólica: «A dignidade da pessoa humana e o bem comum estão por cima da tranquilidade de alguns que não querem renunciar aos seus privilégios. Quando estes valores são afetados, é necessária uma voz profética» (n. 218). Nelson Mandela foi esta voz profética que fez estremecer e cair os muros da segregação racial, das injustiças entre irmãos”, afirmou o porta-voz da CEP.
O padre Manuel Morujão referiu à agência ECCLESIA que Nelson Mandela, “na margem definitiva da vida”, encoraja a “lutar pelas causas da justiça e da paz, da colaboração e da solidariedade, custe o que custar”.
“Nelson Mandela partiu para o encontro definitivo com o Deus da vida. A sua rica herança de paz e bem ficará sempre connosco”, afirmou o porta-voz dos bispos de Portugal numa declaração enviada à agência ECCLESIA.
Rolihlahla Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918, sendo o primeiro membro da família a frequentar uma escola primária, onde recebe o nome de “Nelson”.
Madiba, como é conhecido pelos sul-africanos, frequenta o ensino superior, onde conhece alguns dos futuros membros do ANC (Congresso Nacional Africano), envolvendo-se desde 1942 na oposição ao regime do “apartheid”.
Líder da luta contra a segregação racial, Nelson Mandela esteve preso 27 anos e foi o primeiro presidente negro da África do Sul, entre 1994 e 1999.
Mandela morreu aos 95 anos, após três anos de vários problemas de saúde.
PR

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