sábado, 7 de dezembro de 2013

Maria, exemplo de mulher

Por Dom José Alberto Moura*


O ser humano mais bonito da história, depois de Jesus, é Maria, sua mãe. Ela sempre se pareceu com seu filho, na ordem da graça ou do amor de Deus. Aliás, para cada filho de Deus ser aceito pelo Pai, precisa parecer-se com Jesus, o Filho natural de Deus. Nós, humanos, somos filhos adotivos, por mérito de Jesus, que nos adotou como tais. Maria sempre se pareceu com o filho e foi aceita pelo Pai na eternidade feliz, tendo subido para o céu. 

Nós, embora tenhamos a aparência com Jesus, pela graça outorgada de modo especial no batismo, temos que lutar para permanecermos na mesma, conservando a aparência com Ele. Para tanto, deixou a Igreja, com os meios facilitadores para conservarmos a aparência no amor dele. Ricos e importantes são esses meios, além do batismo: a oração,  a penitência, a conversão, a liturgia, a caridade, os outros sacramentos, as virtudes, mormente o amor, a solidariedade, a misericórdia, a promoção da justiça, o empenho e o compromisso vivido pela promoção da cidadania para todos, o serviço aos excluídos, a boa política, a preservação do meio ambiente, a realização da paz e dos direitos humanos... 

A queda da mulher desde o começo, como também a do homem, veio a ser superada abundantemente com a nova mulher, Maria, que colaborou com Deus para que o Filho salvasse a humanidade. Que mulher! Cheia de fé, coragem, simplicidade e graça. Não impediu em nada a ação de Deus. Ao contrário! Sabendo da vontade de Deus, não vacilou em realizar o que Ele desejava dela. Mais: foi fiel. Não arredou pé de seu sim a Deus. Jamais voltou atrás e foi com seu Filho e sua causa até o fim. Feliz dela! Viu o Filho vitorioso. Ele foi glorificada também por Deus, que a elevou, ressuscitada, em corpo e alma para junto dele! Que mulher! 

O sim de Maria tem conseqüências para toda a humanidade. De ora em diante todos temos o direito da filiação adotiva outorgada pelo Filho: “Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade”   (Efésios 1,5). Mas, para nossa perseverança nos direitos dessa filiação, recorremos à mãe de Jesus e nossa, tentando imitar seu exemplo de fidelidade no nosso sim perseverante a Deus. Renová-lo todos os dias é preciso. Maria é nossa inspiradora e intercessora. Ela tem força diante do Filho. Pedindo a ela temos segurança em sua intercessão junto ao Filho. 

Na leitura, escuta, meditação e seguimento da Palavra de Deus, imitamos Maria para também realizarmos o projeto dele em nossa caminhada. Somos capazes de analisar se, de fato, estamos sendo coerentes, fazendo dessa vida uma caminhada de irmãos, em que colaboramos com o bem de todos e nos empenhamos, como Maria, para sermos discípulos de Jesus. Realizarmos, assim, o que Ele nos mandou, ensinando aos outros sua Palavra de vida e salvação.

No final, Deus vai ver se, em toda a vida, nos parecemos realmente com o Filho, dando-nos o direito, como deu a Maria, de entrarmos e tomarmos posse da felicidade imorredoura com Ele. Feliz Maria e felizes seremos nós também!
CNBB, 06-12-2013.
*Dom José Alberto Moura é arcebispo de Montes Claros (MG).
Dom Total

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