Por Padre Queiroz
Havia, certa vez, uma onça que sabia de tudo o que acontecia nos matos. Tudo ela percebia e criticava.
Um dia, aquela onça começou a sentir a visão meio cansada, enxergando pouco, e procurou um oftalmologista. Este resolveu fazer uma cirurgia nos olhos dela. Terminada a recuperação da cirurgia, a onça se mandou novamente para o mato.
No entanto, algo muito estranho estava acontecendo. Agora, ela enxergava muito mais defeitos, coisas horríveis. "Será que os bichos pioraram?", pensava ela. Eram tantos os defeitos que ela enxergava que, inquieta, procurou novamente o oftalmologista.
Ele examinou seus olhos e disso: “Dona onça, a senhora me desculpe. O erro foi meu. Quando fiz a cirurgia, eu me distraí e coloquei seus olhos voltados para dentro. Por isso que a senhora estranhou, pois está vendo a si mesma”. E recolocou os olhos na posição certa.
A onça voltou novamente para a floresta, mas agora era mais cautelosa ao criticar os demais bichos, pois sabia que seus defeitos eram bem maiores.
Que sejamos rigorosos conosco mesmos, mas muito condescendentes e compreensivos diante das falhas alheias. “Não julgueis e não sereis julgados... Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho?” (Mt 7,7-3).
Maria Santíssima, a discípula fiel do Senhor, vivia sempre preparada para o segundo encontro com o seu Filho, vindo como Juiz. Por isso, não julgava as pessoas, pois não conhecemos o coração de ninguém.
A12, 09-12-2013.
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