quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Maduro e Capriles se unem contra violência na Venezuela


O presidente da Ven4ezuela cumprimenta seu adversário político, Henrique Capriles.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o líder opositor Henrique Capriles - que mantêm um forte atrito há meses - apertaram as mãos nesta quarta-feira, algo que não acontecia desde as eleições presidenciais de 2013, em um encontro sobre a violência que assola o país. 

O cumprimento entre os dois líderes ocorreu no início da reunião de emergência sobre segurança, após o assassinato da ex-miss venezuelana e atriz Mónica Spear, 29, morta em um assalto. 

Capriles não reconhece a legitimidade das eleições que levaram Maduro à presidência e o chefe de Estado acusa o líder da oposição de "golpismo". 

Mas ambos superaram suas divergências nesta quarta-feira e apertaram as mãos no início da reunião para elaborar um plano contra a criminalidade na Venezuela, onde a taxa de homicídio é uma das maiores do planeta. 

Após o aperto de mão, Maduro abriu a reunião agradecendo "a presença de todos os governadores e governadoras" no Palácio Miraflores, sede do governo. 

"Nicolás, lhe proponho deixar de lado nossas profundas divergências e nos unirmos contra a insegurança, em um só bloco", escreveu Capriles na terça-feira no Twitter. 

Maduro e Capriles fizeram uma campanha agressiva para as eleições de 14 de abril de 2013, realizadas após a morte do presidente Hugo Chávez. 

O candidato "chavista" venceu por apenas 1,5 ponto ou cerca de 200 mil votos, e o resultado foi questionado pela oposição, que apontou uma série de irregularidades e entrou com ações no Supremo Tribunal de Justiça e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). 

O encontro desta quarta-feira reuniu cerca de 100 governadores e prefeitos para discutir a questão da criminalidade no país, dois dias após o assassinato de Mónica Spear. 

Finalista do Miss Universo em 2005 e atriz da rede americana Telemundo, Mónica Spear e seu marido, Thomas Henry Berry, 39, foram mortos a tiros dentro do carro no acostamento, depois de bater o veículo em um objeto colocado propositalmente em uma estrada entre Puerto Cabello e Valencia, a terceira maior cidade do país. 

Maya, filha de cinco anos da ex-miss, ficou ferida. Seu quadro é estável até o momento. 

Segundo a reconstituição do crime, o automóvel da atriz caiu em uma emboscada. Quando os criminosos se aproximaram, Mónica e o marido tentaram se trancar no veículo e foram mortos a tiros. 

De acordo com a imprensa, o governo, ou ONGs locais, os assassinatos na Venezuela oscilam entre 39 a 79 casos por ano para cada 100 mil habitantes. A marca de 79 assassinatos seria a segunda mais alta do mundo.
AFP

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