Centro de Arte Popular abre hoje (17) mostra do artista que celebrava o cotidiano.
'Rei do Pé de Porco', de Amadeo Lorenzato, 1984. (Foto: Divulgação) |
Por Paulo Laender*
São aproximadamente oito horas da manhã de um dia de semana qualquer.
Na casa do bairro Cabana do Pai Tomás aquele senhor de idade repete seu ritual diário: carregando sua pasta, como um executivo se dirigindo ao trabalho, atravessa o portão que separa sua casa do mundo exterior
Uma vez do lado de fora escolhe uma direção e, com seu caminhar cadenciado por um leve mancar , sequela de um acidente de trabalho da época em que pintava paredes, se distancia penetrando no movimento matinal da rua.
Naquela maleta leva seu equipamento de trabalho: seus lápis e cadernos de anotações .
Vai em busca dos motivos que o mundo em volta lhe apresentará e ele os colherá como imagens a serem trabalhadas depois, na intimidade e mistério do seu ateliê.
Ao rever essas imagens no documentário que realizamos sobre sua pessoa e obra, por volta de 1983, recordamos, com emoção, essa rotina, tão simples na sua essência ao mesmo tempo que profunda e marcante no seu significado, que Lorenzato durante os muitos anos em que ali residiu, diariamente obedeceu com a fidelidade e dignidade que a sua alma dedicou à arte.
Amadeu Lorenzato nasceu em Belo Horizonte em 1900 e aqui faleceu em 1995 deixando uma obra e história de vida pouco comuns.
A história desse brasileiro , que se iniciou com a de Belo Horizonte , filho de pais italianos que aqui chegaram para trabalhar na construção da nova capital, revelaria acontecimentos pouco comuns à maioria dos mortais.
Após uma infância de criança daquele tempo, entre estudos e brincadeiras no bairro Barreiro,àquela época local de chácaras e sítos, chega à juventude e começa a trabalhar como pintor de paredes
Aos vinte anos Lorenzato foi para a Itália acompanhando os pais que para lá retornaram.
Em Roma exerce seu ofício de pintor de paredes e, à noite, frequenta uma escola de arte onde aprende as técnicas da pintura decorativa ( estuque, “tromp l’oeil” etc.) e se inicia na pintura artística, de cavalete.
Torna-se esperantista o que, aos olhos da época equivaleria a grosso modo a um tipo de “hippismo” dos anos 60/70.
Olhar de sonho e utopia
As fotos de então mostram sua bela face com os cabelos abaixo dos ombros e o olhar de sonho a vislumbrar a utopia.
Viaja por toda a Itália e parte da Europa e empreende, de bicicleta, junto com outro amigo artista e também esperantista, uma viagem de estudos através do leste europeu cujo objetivo final seria a China.
A viagem se interrompe na Turquia por força de um conflito armado que aí os surpreende.
Na precipitação da fuga a dupla se separa e Lorenzato jamais volta a ter notícias deste companheiro.
Ainda nesse período Europeu presencia vários conflitos e revoluções e viria a suportar os horrores da segunda guerra que o marcaram, e à sua esposa, profundamente. Esta vindo a sofrer permanentemente de crises nervosas em função da lembrança dos bombardeios por que passaram.
Apesar de todas essas atribulações Amadeu Lorenzato jamais deixa de pintar artisticamente.
Mesmo quando, em Florença, uma bomba destroi sua casa ateliê e toda a sua produção que aí estava.
Enfim ,passada a guerra, em 1948 ele retorna ao Brasil.
Chega pelo Rio de Janeiro e lá consegue seu primeiro trabalho na obra da construção do Hotel Quitandinha em Petrópolis.
Alí permanece por breve período e logo vem para Belo Horizonte onde se estabeleceria até o final de sua vida.
Lorenzato estava então com 48 para 49 anos.
Vivências e atribulações
Narramos esses episódios de maneira breve , e certamente incompleta, na intenção de apresentar-lhes um pouco da riqueza de vivências e atribulações que esse sereno senhor enfrentou em seu percurso sem que, pelo que dele pudemos conhecer, em momento algum tais percalços, por mais dolorosos que possam ter sido, o afastaram do seu caminho e amor à arte.
Uma vez aqui estabelecido voltou a trabalhar como pintor de paredes e a realizar reformas e construções para empresas especializadas da época até que um acidente de trabalho (a queda de uma escada ocasionando fratura múltipla de uma perna ) o impossibilitaria de trabalhar levando–o à uma aposentadoria precoce.
A partir de então ele se entregou integralmente à pintura artística vindo a realizar sua primeira exposição individual aos 54 anos de idade com Palhano Jr., revelado por Sérgio Maldonado e apresentado por Mari’Stella Tristão.
Tornou-se conhecido e admirado por um público pequeno e seleto na sua maioria composto por artistas e colecionadores atentos .
Passou a exercer ,e ainda exerce, tanto fascínio a ponto de aqueles que o admiram o transformarem, com toda justiça, num artista cultuado.
Desde 1977 quando, através da Galeria Memória, da qual fazíamos parte como sócio, realizamos ali uma memorável exposição de suas obras temáticas, já acompanhávamos e cultuávamos seu trabalho.
A essa época ele era considerado, classificado, pela crítica menos avisada, como pintor primitivo, “naif”, em vista das suas pinturas de favela ou do casario suburbano.
Galeristas de então, equivocadamente, lhe encomendavam quadros desse casario e das favelas imputando-lhe tal especialidade.
O cotidiano popular
Lorenzato, dentro da sua simplicidade os realizava não deixando no entanto de pintar também aquelas outras telas que retratavam o cotidiano popular que o sensibilizava ou ainda, revelar as histórias e os mitos que seu conhecimento universal, agora passando pela ótica popular/brasileira, comparava com o que a vida ao seu redor lhe mostrava.
Surgiram , a nosso ver,dessa segunda experência os seus melhores trabalhos.
Essa exposição realizada então na Galeria Memória por volta de 1977, era composta por telas aos poucos adquiridas durante várias visitas a seu ateliê quando pedíamos-lhe que nos mostrasse esse outro lado do trabalho que não o do “casario”.
Através desses encontros e convívio nos tornamos mais íntimos da sua pessoa e passamos a conhecer um pouco da sua vida e admirar sua personalidade, sua obra.
Lorenzato pintou de tudo foi um artista cuja sensibilidade e conhecimento captaram, de maneira e estilo particularíssimos ,a expressão da cultura popular em toda sua profundidade.
Foi capaz de, através das coisas mais simples como um varal de roupas, uma colcha de retalhos ou uma fachada policromada, revelar a riqueza artística da gente comum dos bairros periféricos.
Suas pinturas oníricas expressam os acontecimentos e as histórias que ecoam naqueles rincões.
Variados foram os temas em que ele se inspirou para realizar sua obra.
Estranho abstracionismo
No noticiário cotidiano como, por exemplo, quando da conquista do espaço pelos astronautas; na flora e fauna brasileiras; na devastação da paisagem, sendo talvez dos primeiros artistas da sua época a manifestar uma preocupação com a ecologia; na figura da mulher através das suas vênus sedutoramente retratadas, pousadas nuas em seus leitos; nos parques de diversão da periferia ou no parque municipal; nos inúmeros e diferenciados pôres de sol; nas marinhas quando de suas viagens ao Espírito Santo e em muitos outros .
As estampas dos tecidos de chitão ou mesmo as pinturas decorativas que o imaginário popular lhe revelaram, foram parte de inspiração para a criação de telas de um primoroso e estranho abstracionismo geométrico como também as intrincadas tramas que as árvores e a vegetação, como veias ou redes, se interpunham à sua frente e ele as captou como histórias íntimas, reveladoras de um similaridade inconsciente.
Por fim registramos a beleza das suas pinturas de flores, suas cores tropicais, o lirismo com que as anotou, o sentimento de delicada sensibilidade por esse brincos da natureza talvez só encontrado por aqui em outro mestre, o maior mestre, Guignard.
Mas ao contrário de Guignard, cuja imprevisão e a tristeza do abandono junto com o alcoolismo precipitaram a sua morte, Lorenzato viveu bastante.
E esta longevidade é uma das suas lições mais importantes que , a nós artistas principalmente, ele passou. A serenidade com que precavidamente administrou sua sobrevivência e a capacidade de adaptação a cada nova situação para que pudesse sempre , de maneira independente, conduzir sua obra.
Lorenzato jamais atingiu valores elevados no mercado, porque? Acreditamos que sua postura foi sempre de indiferença com o comércio da arte.
Teve a segurança garantida pela aposentadoria dos anos de trabalho como pintor de paredes.
Morou em boa casa e pôde dar aos seus uma relativa qualidade de vida. Pintou então por verdadeiro prazer e amor à arte.
Para ele as especulações do mercado não lhe diziam muito. Jamais imputou valores excessivosàs suas obras.
Essas , às vezes vendidas por preços irrisórios, para quem quer que demonstrasse gosto e vontade de possui-las.
Assim viveu e morreu sem gerar disputas e sem depender do dinheiro das vendas de suas obras.
E essa é mais uma das razões pelas quais acentuamos a importância e o fascínio de Lorenzato sobre nós.
Por tudo que foi, e ainda será capaz de nos passar, pela sua serenidade, seu espírito puro e pela obra que, a cada dia , se torna mais reconhecida e merecedora de livros e catalogação completa, além de uma avaliação crítica à altura da sua importância.
Se os paulistas foram capazes de reconhecer e venerar Volpi como um de seus mestres, o nosso Lorenzato, como aquele ,artista do mesmo sangue brasileiro/italiano e trajetória similar ( pintor de paredes por sobrevivência, morador do subúrbio, e observador da cultura popular como fonte de informação e inspiração para a sua obra) merece sem a menor dúvida o mesmo reconhecimento e o título de mestre, embora conheçamos a tradicional indiferença e economia de aplauso mineiras.
Serviço
Evento: ‘Lorenzato Amadeo – Celebração do Cotidiano’
Período de exposição: de 17 de janeiro a 9 de março de 2014
Onde: Centro de Arte Popular – Cemig
Quando: Terças, quartas e sextas-feiras – 10h às 19h/Quintas-feiras – 12h às 21h/Sábados e domingos – 12h às 19h
Endereço: Rua Gonçalves Dias, 1608 – Funcionários – BH – MG
Informações: (31) 3222-3231
Entrada: Gratuita
São aproximadamente oito horas da manhã de um dia de semana qualquer.
Na casa do bairro Cabana do Pai Tomás aquele senhor de idade repete seu ritual diário: carregando sua pasta, como um executivo se dirigindo ao trabalho, atravessa o portão que separa sua casa do mundo exterior
Uma vez do lado de fora escolhe uma direção e, com seu caminhar cadenciado por um leve mancar , sequela de um acidente de trabalho da época em que pintava paredes, se distancia penetrando no movimento matinal da rua.
Naquela maleta leva seu equipamento de trabalho: seus lápis e cadernos de anotações .
Vai em busca dos motivos que o mundo em volta lhe apresentará e ele os colherá como imagens a serem trabalhadas depois, na intimidade e mistério do seu ateliê.
Ao rever essas imagens no documentário que realizamos sobre sua pessoa e obra, por volta de 1983, recordamos, com emoção, essa rotina, tão simples na sua essência ao mesmo tempo que profunda e marcante no seu significado, que Lorenzato durante os muitos anos em que ali residiu, diariamente obedeceu com a fidelidade e dignidade que a sua alma dedicou à arte.
Amadeu Lorenzato nasceu em Belo Horizonte em 1900 e aqui faleceu em 1995 deixando uma obra e história de vida pouco comuns.
A história desse brasileiro , que se iniciou com a de Belo Horizonte , filho de pais italianos que aqui chegaram para trabalhar na construção da nova capital, revelaria acontecimentos pouco comuns à maioria dos mortais.
Após uma infância de criança daquele tempo, entre estudos e brincadeiras no bairro Barreiro,àquela época local de chácaras e sítos, chega à juventude e começa a trabalhar como pintor de paredes
Aos vinte anos Lorenzato foi para a Itália acompanhando os pais que para lá retornaram.
Em Roma exerce seu ofício de pintor de paredes e, à noite, frequenta uma escola de arte onde aprende as técnicas da pintura decorativa ( estuque, “tromp l’oeil” etc.) e se inicia na pintura artística, de cavalete.
Torna-se esperantista o que, aos olhos da época equivaleria a grosso modo a um tipo de “hippismo” dos anos 60/70.
Olhar de sonho e utopia
As fotos de então mostram sua bela face com os cabelos abaixo dos ombros e o olhar de sonho a vislumbrar a utopia.
Viaja por toda a Itália e parte da Europa e empreende, de bicicleta, junto com outro amigo artista e também esperantista, uma viagem de estudos através do leste europeu cujo objetivo final seria a China.
A viagem se interrompe na Turquia por força de um conflito armado que aí os surpreende.
Na precipitação da fuga a dupla se separa e Lorenzato jamais volta a ter notícias deste companheiro.
Ainda nesse período Europeu presencia vários conflitos e revoluções e viria a suportar os horrores da segunda guerra que o marcaram, e à sua esposa, profundamente. Esta vindo a sofrer permanentemente de crises nervosas em função da lembrança dos bombardeios por que passaram.
Apesar de todas essas atribulações Amadeu Lorenzato jamais deixa de pintar artisticamente.
Mesmo quando, em Florença, uma bomba destroi sua casa ateliê e toda a sua produção que aí estava.
Enfim ,passada a guerra, em 1948 ele retorna ao Brasil.
Chega pelo Rio de Janeiro e lá consegue seu primeiro trabalho na obra da construção do Hotel Quitandinha em Petrópolis.
Alí permanece por breve período e logo vem para Belo Horizonte onde se estabeleceria até o final de sua vida.
Lorenzato estava então com 48 para 49 anos.
Vivências e atribulações
Narramos esses episódios de maneira breve , e certamente incompleta, na intenção de apresentar-lhes um pouco da riqueza de vivências e atribulações que esse sereno senhor enfrentou em seu percurso sem que, pelo que dele pudemos conhecer, em momento algum tais percalços, por mais dolorosos que possam ter sido, o afastaram do seu caminho e amor à arte.
Uma vez aqui estabelecido voltou a trabalhar como pintor de paredes e a realizar reformas e construções para empresas especializadas da época até que um acidente de trabalho (a queda de uma escada ocasionando fratura múltipla de uma perna ) o impossibilitaria de trabalhar levando–o à uma aposentadoria precoce.
A partir de então ele se entregou integralmente à pintura artística vindo a realizar sua primeira exposição individual aos 54 anos de idade com Palhano Jr., revelado por Sérgio Maldonado e apresentado por Mari’Stella Tristão.
Tornou-se conhecido e admirado por um público pequeno e seleto na sua maioria composto por artistas e colecionadores atentos .
Passou a exercer ,e ainda exerce, tanto fascínio a ponto de aqueles que o admiram o transformarem, com toda justiça, num artista cultuado.
Desde 1977 quando, através da Galeria Memória, da qual fazíamos parte como sócio, realizamos ali uma memorável exposição de suas obras temáticas, já acompanhávamos e cultuávamos seu trabalho.
A essa época ele era considerado, classificado, pela crítica menos avisada, como pintor primitivo, “naif”, em vista das suas pinturas de favela ou do casario suburbano.
Galeristas de então, equivocadamente, lhe encomendavam quadros desse casario e das favelas imputando-lhe tal especialidade.
O cotidiano popular
Lorenzato, dentro da sua simplicidade os realizava não deixando no entanto de pintar também aquelas outras telas que retratavam o cotidiano popular que o sensibilizava ou ainda, revelar as histórias e os mitos que seu conhecimento universal, agora passando pela ótica popular/brasileira, comparava com o que a vida ao seu redor lhe mostrava.
Surgiram , a nosso ver,dessa segunda experência os seus melhores trabalhos.
Essa exposição realizada então na Galeria Memória por volta de 1977, era composta por telas aos poucos adquiridas durante várias visitas a seu ateliê quando pedíamos-lhe que nos mostrasse esse outro lado do trabalho que não o do “casario”.
Através desses encontros e convívio nos tornamos mais íntimos da sua pessoa e passamos a conhecer um pouco da sua vida e admirar sua personalidade, sua obra.
Lorenzato pintou de tudo foi um artista cuja sensibilidade e conhecimento captaram, de maneira e estilo particularíssimos ,a expressão da cultura popular em toda sua profundidade.
Foi capaz de, através das coisas mais simples como um varal de roupas, uma colcha de retalhos ou uma fachada policromada, revelar a riqueza artística da gente comum dos bairros periféricos.
Suas pinturas oníricas expressam os acontecimentos e as histórias que ecoam naqueles rincões.
Variados foram os temas em que ele se inspirou para realizar sua obra.
Estranho abstracionismo
No noticiário cotidiano como, por exemplo, quando da conquista do espaço pelos astronautas; na flora e fauna brasileiras; na devastação da paisagem, sendo talvez dos primeiros artistas da sua época a manifestar uma preocupação com a ecologia; na figura da mulher através das suas vênus sedutoramente retratadas, pousadas nuas em seus leitos; nos parques de diversão da periferia ou no parque municipal; nos inúmeros e diferenciados pôres de sol; nas marinhas quando de suas viagens ao Espírito Santo e em muitos outros .
As estampas dos tecidos de chitão ou mesmo as pinturas decorativas que o imaginário popular lhe revelaram, foram parte de inspiração para a criação de telas de um primoroso e estranho abstracionismo geométrico como também as intrincadas tramas que as árvores e a vegetação, como veias ou redes, se interpunham à sua frente e ele as captou como histórias íntimas, reveladoras de um similaridade inconsciente.
Por fim registramos a beleza das suas pinturas de flores, suas cores tropicais, o lirismo com que as anotou, o sentimento de delicada sensibilidade por esse brincos da natureza talvez só encontrado por aqui em outro mestre, o maior mestre, Guignard.
Mas ao contrário de Guignard, cuja imprevisão e a tristeza do abandono junto com o alcoolismo precipitaram a sua morte, Lorenzato viveu bastante.
E esta longevidade é uma das suas lições mais importantes que , a nós artistas principalmente, ele passou. A serenidade com que precavidamente administrou sua sobrevivência e a capacidade de adaptação a cada nova situação para que pudesse sempre , de maneira independente, conduzir sua obra.
Lorenzato jamais atingiu valores elevados no mercado, porque? Acreditamos que sua postura foi sempre de indiferença com o comércio da arte.
Teve a segurança garantida pela aposentadoria dos anos de trabalho como pintor de paredes.
Morou em boa casa e pôde dar aos seus uma relativa qualidade de vida. Pintou então por verdadeiro prazer e amor à arte.
Para ele as especulações do mercado não lhe diziam muito. Jamais imputou valores excessivosàs suas obras.
Essas , às vezes vendidas por preços irrisórios, para quem quer que demonstrasse gosto e vontade de possui-las.
Assim viveu e morreu sem gerar disputas e sem depender do dinheiro das vendas de suas obras.
E essa é mais uma das razões pelas quais acentuamos a importância e o fascínio de Lorenzato sobre nós.
Por tudo que foi, e ainda será capaz de nos passar, pela sua serenidade, seu espírito puro e pela obra que, a cada dia , se torna mais reconhecida e merecedora de livros e catalogação completa, além de uma avaliação crítica à altura da sua importância.
Se os paulistas foram capazes de reconhecer e venerar Volpi como um de seus mestres, o nosso Lorenzato, como aquele ,artista do mesmo sangue brasileiro/italiano e trajetória similar ( pintor de paredes por sobrevivência, morador do subúrbio, e observador da cultura popular como fonte de informação e inspiração para a sua obra) merece sem a menor dúvida o mesmo reconhecimento e o título de mestre, embora conheçamos a tradicional indiferença e economia de aplauso mineiras.
Serviço
Evento: ‘Lorenzato Amadeo – Celebração do Cotidiano’
Período de exposição: de 17 de janeiro a 9 de março de 2014
Onde: Centro de Arte Popular – Cemig
Quando: Terças, quartas e sextas-feiras – 10h às 19h/Quintas-feiras – 12h às 21h/Sábados e domingos – 12h às 19h
Endereço: Rua Gonçalves Dias, 1608 – Funcionários – BH – MG
Informações: (31) 3222-3231
Entrada: Gratuita
*Paulo Laender é arquiteto, escultor e designer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário