sábado, 18 de janeiro de 2014

Países emergentes continuam ameaçados por volatilidade


Representantes de Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul.
Washington (AFP) - O crescimento econômico dos países emergentes deve se intensificar este ano, fundamentalmente sob o impulso da China, mas permanecerá a ameaça da "volatilidade" dos fluxos de capital, adverte o Banco Mundial em um relatório publicado nesta terça-feira.

"A intensificação do crescimento nos países em vias de desenvolvimento está sustentada por uma aceleração nos países ricos e pela continuidade do forte crescimento na China", revela o Banco Mundial em suas perspectivas econômicas mundiais.

Segundo as novas projeções do Banco Mundial, o produto interno bruto dos países em desenvolvimento deve avançar 5,3% este ano, contra 4,8% em 2013, com a China mantendo o nível de crescimento de 7,7%.

A instituição adverte para a persistência de "ventos contrários" que já se manifestaram no outono austral de 2013, tendo como pano de fundo os temores de um endurecimento da política monetária dos Estados Unidos. 

Vários países emergentes, como Brasil e Turquia, se viram então abalados por um refluxo de capitais provocado por investidores impacientes por repatriar seu dinheiro para os Estados Unidos em busca de melhores rendimentos.

"As perspectivas de crescimento continuam sob a ameaça de ventos contrários provenientes de uma alta das taxas de juros e de uma potencial volatilidade dos fluxos de capital, agora que o Fed (Federal Reserve) começou a reduzir seu apoio monetário em massa", destaca o Banco Mundial.

Desde meados de dezembro, quando o Fed decidiu reduzir sua injeção de liquidez, sua política de saída gradual ocorreu "sem incidentes", destaca o relatório. Mas uma alta "demasiado rápida" das taxas de juros nos países ricos poderia reduzir brutalmente os fluxos de capital que estão irrigando os países emergentes e que permitem financiar seu crescimento. 

Segundo o Banco Mundial, estes fluxos poderão ser reduzidos em "mais de 50%" ao longo de vários meses e um cenário deste tipo afetaria fundamentalmente os países cuja expansão econômica foi financiada por uma explosão do crédito.

O Banco Mundial convoca os líderes políticos a preparar, desde já, suas respostas a estas novas turbulências financeiras, incluindo o abrandamento das regulamentações que limitam os fluxos de capital e a implementação de políticas para atrair investimentos estrangeiros diretos.

"Os indicadores econômicos mundiais mostram sinais de progresso, mas não é preciso ser adivinho para prever que existem perigos ocultos", comentou o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu, citado no comunicado.

Na quinta-feira passada, o Fundo Monetário Internacional também advertiu para a persistência de "riscos de volatilidade" nos mercados emergentes.
AFP

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