segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Papa Francisco poderá discursar na ONU em setembro


Papa Francisco pode fazer apelo à paz, em discurso na ONU.
Por Edward Pentin

Na Santa Sé e na Organização das Nações Unidas, autoridades estão em conversação sobre a possibilidade de o papa Francisco fazer um discurso histórico à ONU, em Nova York, provavelmente no segundo semestre deste ano.

A visita proposta, que busca coincidir com dois aniversários importantes – os 50 anos desde que a Santa Sé foi reconhecida como observadora permanente na ONU e o centenário da eclosão da Primeira Guerra Mundial –, poderá acontecer na abertura da 69ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, no mês de setembro. 

A visita seria resultado do convite feito pelo secretário geral da ONU Ban Ki-moon, que visitou o pontífice no mês de abril. 

Autoridades acreditam que a presença de tantos líderes mundiais iria apresentar um momento oportuno para o religioso sublinhar suas preocupações, tal como seus mais recentes predecessores o fizeram. João Paulo II discursou na ONU em 1979 e em 1995, enquanto Bento XVI o fez em 2008. 

A pobreza, a situação dos refugiados, as vítimas dos conflitos internacionais e os cristãos perseguidos são apenas alguns dos principais assuntos que o papa poderá desenvolver. E tendo em vista um aumento no número de ataques contra cristãos e as restrições na liberdade religiosa, fontes acreditam que Francisco poderá usar a ocasião para propor uma “Declaração Universal da Liberdade Religiosa” no organismo intergovernamental. 

Embaixadores junto à Santa Sé estão fortemente sugerindo ao papa Francisco para que seja feita uma visita histórica, e o site Newsmax ficou sabendo que eles farão uma proposta implícita na próxima segunda-feira, quando terão a sua reunião anual com o pontífice no Vaticano. 

Desde que foi eleito, o papa Francisco cativou a comunidade internacional, chamando a atenção da mídia para assuntos que são de interesse comum de vários países. Entre eles incluem-se seu apelo à paz, o combate à pobreza, a assistência para refugiados além de um consenso sobre a necessidade de diálogo, em lugar de se envolver em conflitos e fabricar armas. 

A comunidade diplomática também saudou as recentes nomeações do papa. “Temos visto uma restauração em Roma”, observou um diplomata, que não quis ser identificado. “O papa e suas ações até agora têm sido muito bem recebidas por nós”. 

Os diplomatas irão expor esta proposta na reunião de segunda-feira, em uma fala que será feita pelo representante do corpo diplomático no Vaticano, o embaixador Jean-Claude Michel, de Mônaco. 

Se uma visita papal à ONU não acontecer este ano, é provável que ocorra em 2015. E evento iria marcar os 50 anos do discurso de Paulo VI à Assembleia Geral feito em 1965, o primeiro de um pontífice. Esta visita também ocorreu na época em que a Pietà, de Michelangelo – que geralmente se encontra em exposição na basílica de São Pedro –, havia sido emprestada para a Feira Mundial de Nova York. 

Mas percebe-se que a visita feita este ano seria mais favorável e apropriada. “Ele deveria ir enquanto ele ainda é popular”, disse uma autoridade. “Há também uma necessidade urgente de se abordar a questão da liberdade religiosa e a proteção das minorias cristãs”. 

Dois relatórios publicados esta semana, um pela Fides (agência de notícias do Vaticano) e outro pela Open Doors (um grupo cristão de solidariedade) mostraram que o número de cristãos mortos por causa de sua fé dobrou em 2013. Muitos dos assassinatos aconteceram na Síria. O papa está particularmente preocupado com o conflito no país e no Oriente Médio em geral. 

Um discurso na ONU também seria oportuno, dado o estado das negociações de paz entre israelenses e palestinos. Além disso, daria base para o papa falar contra políticas antividas e antifamílias, muitas das quais estão sendo defendidas por vários organismos da ONU, tais como a UNICEF, o Bando Mundial e a Organização Mundial da Saúde. 

Uma visita à ONU, em Nova York, naturalmente iria compreender uma viagem aos EUA, e um outro aniversário no ano de 2014 faria também esta visita apropriada: os 30 anos do estabelecimento das relações diplomáticas plenas entre Washington e a Santa Sé.
Newsmax, 10-01-2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário