segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

SMARTPHONES PERDIDOS: Violação de dados atinge 90%

Constatações de pesquisa mostram a importância de ter um aplicativo de proteção de dados no celular


Nove em cada dez aparelhos celulares perdidos no Brasil têm seu conteúdo violado por aqueles que encontram o dispositivo. Essa é a conclusão da versão brasileira do projeto "Honey Stick", realizado pela empresa de segurança de internet Symantec pela primeira vez na América Latina.

A pesquisa realizada pela Symantec mostrou que 83% dos smartphones perdidos foram acessados com o objetivo de obter informações pessoais dos donos e usar aplicativos particulares

Para realizar a pesquisa, foram "perdidos" 30 smartphones em três capitais brasileiras - São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília - nos meses de outubro e novembro passados. Os dispositivos móveis utilizados foram modificados para que a companhia pudesse monitorar remotamente tudo o que pessoas fizessem com os aparelhos, como, ligações telefônicas, acesso aos aplicativos, documentos e fotos, por exemplo.

O experimento Honey Stick apontou que 90% dos smartphones perdidos tiveram dados pessoais e profissionais acessados por quem os encontrou. Em apenas 27% dos casos, houve a tentativa de devolução do celular, o que não implica na ausência do acesso prévio aos dados ou outras funções indevidamente.

A pesquisa também apontou que 83% dos dispositivos foram acessados para obter informações pessoais e usar aplicativos particulares. Para informações empresariais e aplicativos de trabalho, este número cai para 53%. Outra constatação é de que 47% dos equipamentos foram acessados para obter tanto informações pessoais quanto profissionais do indivíduo.

Em média, uma vez perdido, o telefone levou cerca de três horas antes de ser acessado pela primeira vez. Cerca de 50% dos equipamentos levaram uma hora para ser feito o primeiro acesso. Em 70% dos casos, houve acesso a fotos particulares e, em 47%, houve acesso a redes sociais e senhas. Em 40% dos aparelhos perdidos houve tentativa de acesso a serviços bancários. Os e-mails corporativos foram acessados em 30% dos casos.

Ainda segundo a pesquisa, em São Paulo, dos dez aparelhos perdidos, oito foram acessados no total - seis para obtenção de dados pessoais e quatro para informações corporativas. Em Brasília, 50% dos telefones foram acessados para a busca de dados pessoais e 50% para informações corporativas. No Rio de Janeiro, nove telefones foram acessados e todos na parte de informações pessoais.

Este panorama do estudo mostra a vulnerabilidade dos dados pessoais e corporativos quando estão em smartphones desprotegidos. Para manter as informações seguras em dispositivos móveis, a Symantec oferece dicas de comportamento seguro online, que podem ser adotados por consumidores e empresas.

O trabalho Honey Stick, conduzido pelo pesquisador de segurança Scott Wright, da Security Perspectives, também relevou que, uma vez perdido ou roubado, existe mais de 50% de chance do equipamento sofrer uma tentativa de violação de dados e redes corporativas. Este contexto revela a importância de garantir a proteção das informações armazenadas em dispositivos móveis, sejam eles pessoais ou corporativos - principalmente porque ainda que os telefones sejam substituídos, os dados armazenados neles poderão correr risco.

Dicas de segurança

A empresa recomenda que o usuário utilize o recurso de bloqueio de tela e determine senhas complexas. Esta, segundo a Symantec, é a precaução mais básica e exige um esforço mínimo por parte do usuário e pode ser recomendado pelas companhias que estimulam o BYOD (Bring Your Onw Device, política adotada por empresas que permitem o uso de dispositivos pessoais dos funcionários no ambiente de trabalho).

A companhia também aconselha que se use software de segurança original, atualizado e desenvolvido especialmente para smartphones. Estas ferramentas podem barrar a ação de crackers (hackers mal intencionados) e impedir que criminosos cibernéticos roubem informações ou espionem usuários de redes Wi-Fi públicas. Além disso, esta solução pode, muitas vezes, ajudar a localizar um aparelho perdido ou roubado ou então bloqueá-lo e apagar dados remotamente.

Outra recomendação dos especialistas é mater o dispositivo móvel sempre à vista. É importante que os usuários fiquem atentos aos locais onde deixam seus smartphones e, se possível, usem etiquetas ou estojos que possam diferenciá-los de outros aparelhos iguais ou parecidos.

Para empresas, a dica é desenvolver e empregar políticas rígidas de segurança. As organizações - principalmente aquelas que incentivam o uso de equipamentos pessoais no ambiente de trabalho - devem conceber políticas de segurança online aos colaboradores e mantê-las sempre atualizadas. Paralelamente, a educação constante dos funcionários em relação a ela e softwares para gestão de dispositivos móveis e segurança móvel pode ajudar na proteção de dados corporativos.

O gestor deve fazer um inventário dos smartphones que se conectam a rede da empresa. Isso, de acordo com a Symantec, é importante porque não é possível proteger e gerenciar o que não é conhecido. Paralelamente, é essencial assegurar a segurança das informações contidas no equipamento, além do aparelho propriamente dito.

Aplicativos protegem informações pessoais

O usuário que deseja precaver-se para não passar por problemas de invasão de privacidade no caso de perda ou roubo de seu smarpthone pode contar com o auxílio de um dos muitos aplicativos próprios para este fim. Esse tipo de programa, que deve ser instalado no aparelho, cuida de tarefas que vão desde bloquear o dispositivo para impedir seu uso por outra pessoa até apagar seu conteúdo e ainda fotografar o ladrão e enviar a foto para o usuário. Outra utilidade também é que o programa emite para o usuário a localização no mapa de onde o aparelho está quando é conectado à rede.

Uma das opções, no caso de aparelhos com o sistemas operacional Android, do Google, é o aplicativo Android Device Manager, que permite encontrar smartphones com Android perdidos e apagar os dados do aparelho remotamente. A ferramenta é uma criação do próprio Google para auxiliar os usuários.

Com o serviço, o usuário pode verificar a localização de seu celular ou tablet num mapa e fazer com que ele, mesmo no modo "silencioso", emita um toque no volume máximo para facilitar as buscas, caso tenha sido deixado num restaurante ou esteja num canto escondido da casa.

O Android Device Manager, que funciona com aparelhos com a versão 2.2 ou superior do sistema, também oferece a opção de deletar todos os dados do dispositivo. Dessa forma, se ele for roubado, não há perigo de suas informações pessoais caírem nas mãos erradas.

Mais ferramentas

A ferramenta não é a primeira com esse propósito - aplicativos de terceiros, como o "Where´s my Droid", "Android Lost" e o "Find my Phone" e o "Find my iPhone" (este último é uma solução da própria Apple). Para dispositivos Android, há ainda as ferramentas Lookout e AirDroid.

Último recurso

Mesmo que o usuário se descuide e não tenha instalado em seu aparelho um aplicativo de recuperação, localização e bloqueio, há como último recurso a possibilidade de entrar em contato com a operadora para pedir o bloqueio. Para isso, o usuário deve ter em mãos o código IMEI (International Mobile Equipment Identity ou Identificador Internacional de Equipamentos Móveis, em português) do aparelho. Com o celular em mãos, essa informação pode ser verificada sob a bateria do celular ou digitando *#06# no teclado. Esse código também pode ser encontrado na caixa do celular ou na nota fiscal. 


Diário do Nordeste

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