Dom Moacyr Grechi*
Recordo que um
dia, chegou a minha casa uma família inteira. Ele se chamava Sebastião e ela
Maria. Eles tinham uma “reca” de meninos: eram sete de nove anos para baixo. A
mulher me disse: o senhor e Dom Moacir? No porto me indicaram para procurá-lo.
E me contou sua história: trabalhávamos no Alto Purus, no seringal.
Então quase
sempre o seringueiro estava em dívida. Meu marido era tão trabalhador que ele
tinha saldo. O patrão morava ali perto. Quando pedi, agora, dinheiro ao meu
patrão para viajar com meu marido porque está muito doente, com lepra, ele não
deu. Apareceu então um filho de Deus que nos deu uma carona. Amarraram uma
corda bem comprida para puxar a nossa embarcação, pois estavam com medo de
pegar a doença, e nos trouxeram até aqui. Dom Moacir, nós não temos “parente
nem aderente”. Meu marido está leproso.
*Arcebispo
Emérito de Porto Velho
Nenhum comentário:
Postar um comentário