quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Papa pede diálogo sincero na Venezuela

Francisco fez nesta quarta-feira um apelo aos líderes políticos e ao povo venezuelano

Cidade do Vaticano (AFP) - O papa Francisco fez nesta quarta-feira na praça de São Pedro um apelo aos líderes políticos e ao povo venezuelano, em sua maioria católico, para que predominem "o perdão recíproco e um diálogo sincero".

"Eu espero vivamente que cessem o mais rápido possível as violências e as hostilidades e que todo o povo venezuelano, começando pelos líderes políticos e institucionais, se mobilize para favorecer a reconciliação nacional", completou o papa argentino durante a audiência geral, em uma referência às três semanas de protestos que deixaram pelo menos 14 mortos e 140 feridos.

Saques

Uma onda de saques abalou na madrugada desta terça-feira algumas cidades dos Estados de Aragua, Táchira e Zulia, no centro e no leste da Venezuela, informaram as autoridades locais, após três semanas de protestos estudantis que deixaram 14 mortos.

"Durante a noite, grupos armados e violentos atacaram propriedade privada e destruíram algumas lojas", informou o governador do estado de Aragua, Tareck El Aissami.

O ministério público confirmou uma morte em Aragua, de uma pessoa que foi baleada, mas não esclareceu se o incidente ocorreu durante protestos ou em um assalto comum.

O presidente da associação empresarial Fedecámaras no Estado de Táchira, Daniel Aguilar, lamentou que apesar da militarização decretada pelo presidente Nicolás Maduro, "nas ruas permanecem pessoas desconhecidas saqueando pontos comerciais e empresas".

No Estado de Zulia, o diretor da polícia de Maracaibo, José Alcalá, informou que 23 pessoas foram detidas por tentativa de saque a oito pontos comerciais.

"Não queriam apenas roubar os artigos, mas também queimar os carros do Corpo da Polícia de Zulia", destacou Alcalá.

Três semanas de protestos na Venezuela contra o governo Maduro já deixaram 14 mortos, 140 feridos e 45 detidos, em várias regiões do país.

A onda de manifestações teve início em fevereiro, na cidade de San Cristóbal, quando estudantes protestaram contra a insegurança após a tentativa de estupro de uma universitária.

Maduro afirma que os protestos são um "golpe de Estado em desenvolvimento", mas garante que há apenas alguns "focos de violência" no país.
AFP

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