domingo, 9 de março de 2014

Animação traz juventude do futuro Capitão Gancho

Animação traz a história de Zarina, uma fada curiosa que adora fazer experiências.

Por Nayara Reynaud
Quando Sir James Matthew Barrie criou uma companheira leal para Peter Pan em suas aventuras, decidiu que ela deveria ser uma fada, às vezes, carinhosa e atenciosa, e outras, mimada, ciumenta e mal-humorada.
A peça de 1904 foi transposta para o filme homônimo da Disney de 1953, "Peter Pan", e a personagem, então chamada de Tilintim na dublagem brasileira, manteve seu jeito arredio e conquistou fãs por gerações e gerações, que passaram a chamá-la de Sininho, alcunha incorporada nas novas versões da história.
Mas, ao ganhar um filme próprio em 2008, o Brasil passou a conhecê-la pelo seu nome original, Tinker Bell; porém, ela apresentava uma personalidade mais doce do que a de antes.
O sucesso de "Tinker Bell: Uma Aventura no Mundo das Fadas" (2008), lançado direto em DVD, motivou a criação da franquia Disney Fadas e a produção de novos títulos com a personagem.
Vieram "Tinker Bell e o Tesouro Perdido" (2009) e "Tinker Bell e o Resgate da Fada" (2010), diretamente em DVD, e "Tinker Bell: O Segredo das Fadas" (2012), com lançamento restrito nas salas dos Estados Unidos e também no Brasil.
Agora é a vez de "Tinker Bell - Fadas e Piratas" (2014) chegar aos cinemas, inclusive em cópias 3D, sob a direção de Peggy Holmes, a responsável pelo longa anterior da série - e o mais fraco, por sinal.
A animação traz a história de Zarina (voz de Christina Hendricks, na versão original), uma fada curiosa que gosta de fazer experiências com o pó mágico, tanto o tradicional dourado quanto o escasso e poderoso azul, algo completamente proibido no Refúgio das Fadas.
Repreendida por transgredir as regras, ela rouba o pó cor de anil e se junta a um bando de piratas, liderados por James (Tom Hiddleston, no original, e Caio Castro, com uma dublagem que soa estranha na versão brasileira), que desejam que a pequena corsária faça a embarcação deles voar.
Sim, estamos falando de James Hook, o famoso Capitão Gancho, apresentado aqui em sua juventude, ainda com as duas mãos, mas já com seu caráter dúbio. Exceto algumas citações à Terra do Nunca e uma pequena aparição de Wendy no capítulo inicial da franquia, é a primeira vez que ela se aproxima mais do mundo apresentado pelas aventuras de Peter Pan, algo que, para os espectadores de menos idade, poderá passar despercebido.
A questão é saber se há uma intenção de introduzir o menino que não queria crescer no universo criado no Refúgio das Fadas, e se a série terá fôlego para isso.
O roteiro está bem longe da complexidade das animações modernas, com as quais o público atual, infantil ou adulto, está acostumado, por causa da Pixar - até da própria Disney, recentemente - e da Dreamworks. E não é preciso magia para adivinhar que Tinker Bell (Mae Whitman) e suas inseparáveis companheiras farão de tudo para reaver a fonte do pó mágico azul e mostrar o valor da amizade para Zarina.
Aliás, quem acompanha a franquia sabe que a amizade é um tema recorrente em todos os filmes, especialmente o segundo.
Por isso, o assunto não estaria de fora desta nova história, assim como outras questões: a valorização do talento pessoal, foco do primeiro longa, volta a ser destaque com as habilidades de Zarina e a troca dos talentos da artesã Tinker Bell e de suas amigas fadas multitalentosas; o limite imposto pela autoridade está presente, como na primeira, terceira e quarta películas; e a jornada de resgate, igual à que ocorreu na terceira aventura.
Mas o quinto filme também traz como novidade a temática da relação com o poder, o que fazer com ele e o que ocorre quando este cai em mãos erradas, tudo através da trama sobre magia.
Focando nisso, o longa, naturalmente, dá mais destaque para os novos personagens, Zarina e James, e deixa Tinker Bell e as outras fadas como coadjuvantes e alívio cômico, o que pode provocar estranheza para os fãs.
Assim, "Tinker Bell - Fadas e Piratas" é uma animação simples; não tecnicamente, pois os gráficos são bem realizados - e a utilização do 3D, apesar de se mostrar desnecessária, não é totalmente desperdiçada. Mesmo sem ser tão envolvente quanto os três primeiros filmes da série, ainda sim a produção cumpre o seu papel de entreter os pequenos por um pouco mais de uma hora.
Clique aqui e confira o trailer e onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural do DomTotal!
Reuters

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