Por Klaus Nientiedt
A discussão interna à Igreja sobre a atitude para com os divorciados em segunda união prossegue. É uma situação incomum para a Igreja que os bispos se deixem envolver em um debate realizado publicamente.
O fato de a Conferência Episcopal Alemã não apresentar temporariamente a sua proposta sobre esse tema não deve ser confundido com uma retirada. Mas também não deve parecer que agora a Conferência Episcopal quer postergar a questão para as calendas gregas.
Se, na fase introdutória do Sínodo Extraordinário dos Bispos previsto para outubro, que deve lidar com esse assunto, uma importante conferência episcopal como a alemã vai longe demais com uma solução própria definitiva para a questão, isso poderia tornar realmente mais difíceis as deliberações Sínodo dos bispos.
Mas, certamente, não nada muda o fato de que os bispos já se encontrem no centro do debate, que, presumivelmente, também se encontrará no centro do Sínodo dos bispos: o que significa indissolubilidade?
"O que Deus uniu o homem não deve separar" (Mateus 19, 6). Essa palavra de Jesus é o fundamento do que, mais tarde, foi entendido por indissolubilidade. Isso levou à opinião da Igreja segundo a qual aquele que se casa pela segunda vez persiste no pecado de adultério.
O cardeal Kasper propôs que as pessoas envolvidas façam um caminho de expiação. Para cada pessoa que se arrepende e muda de vida, o perdão deve ser possível. Nisso, não se contradizem as palavras de Jesus: "O que Deus uniu o homem não deve separar".
Mas Kasper se dá conta de que – já que somos pecadores – os laços conjugais podem ser destruídos, de fato, irreparavelmente. Portanto, se um parceiro abandonado se casa novamente, não lhe pode ser contestada, por si mesma, a persistência no pecado de adultério.
Nos próximos meses, se chegará também a uma forma pela qual a Igreja poderá abordar a discussão sobre esse tema. A ninguém que propõe uma mudança se deveria dizer que está relativizando a observância das supracitadas palavras de Jesus.
Konradsblatt, 17-03-2014.
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