Cidade do Vaticano, 05 mar (SIR) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que a humanidade se acostumou a situações de miséria ou sofrimento humano e questionou os católicos sobre a “indiferença” da sociedade perante Deus. “Viver a fundo o Batismo significa que não podemos habituar-nos às situações de degradação e miséria que encontramos, ao caminhar pelas ruas das nossas cidades e dos nossos países”, alertou, durante a audiência pública semanal, na Praça de São Pedro.
Perante milhares de pessoas, o Papa assinalou a celebração da Quarta-feira de Cinzas, que marca o início do tempo da Quaresma, período que na Igreja Católica serve de preparação para a Páscoa. Francisco falou no risco de “aceitar passivamente certos comportamentos” e deixar de reagir às “tristes realidades” que rodeiam cada um. “Habituamo-nos à violência, como se fosse uma notícia diária normal; habituamo-nos a irmãos e irmãs que dormem na rua, que não têm um teto para se abrigar. Habituamo-nos a refugiados em busca de liberdade e dignidade que não são acolhidos como deveriam”, lamentou.
“Habituamo-nos a viver numa sociedade que pretende deixar Deus de lado, na qual os pais já não ensinam aos filhos a rezar bem a fazer o sinal da cruz”, prosseguiu. Falando de improviso, Francisco questionou os presentes se os seus filhos ou netos sabem “fazer o sinal da cruz”, rezar o Pai-Nosso ou a Ave-Maria. Neste sentido, o Papa desafiou os católicos a fazer da Quaresma um “tempo providencial para mudar de rumo” e recuperar a capacidade de reagir perante a “realidade do mal”. “A dependência de comportamentos não cristãos e comodistas narcotiza o nosso coração”, advertiu.
A catequese destacou a importância de viver a preparação para a Páscoa como um tempo de “conversão, de renovação pessoa e comunitária”. “Ação de graças a Deus pelo mistério do seu amor crucificado, fé autêntica, conversão e abertura do coração aos irmãos: estes são os elementos essenciais para viver o tempo da Quaresma”, precisou.
O Papa deixou saudações a grupos de portugueses vindos de Riberão e Guimarães e também aos professores e alunos das comunidades escolares de Lourinhã e Viana do Castelo. “Sobre vós e demais peregrinos de língua portuguesa, invoco a proteção da Virgem Maria. Que Ela vos tome pela mão durante os próximos quarenta dias, ajudando-vos a ficar mais parecidos com Jesus ressuscitado. Desejo-vos uma santa e frutuosa Quaresma”, concluiu.
SIR
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