quarta-feira, 5 de março de 2014

Venezuela lembra um ano da morte de Chávez

Em meio a protestos com mortes e centenas de feridos país lembra morte de Comandante Supremo.

Em meio a um mês de protestos, a Venezuela lembrará hoje o primeiro aniversário da morte de Hugo Chávez com um desfile exibindo armamento moderno, e uma cerimônia no quartel onde jaz o líder carismático. 

Um ano após a morte do Comandante Supremo, vítima de câncer aos 58 anos, a figura, o rosto ou os olhos pintados do líder acompanham os venezuelanos em ruas, prédios públicos e cartazes, em cada canto do país. 

Há semanas, o governo venezuelano antecipa o comparecimento em Caracas de vários chefes de Estado e governo com os quais Chávez fechou alianças baseadas em afinidades ideológicas de um discurso anti-imperialista, apoiado por uma petrodiplomacia ativa. 

Mas nenhuma lista de visitantes foi divulgada pelo governo, cuja discrição se acentuou neste mês de protestos, que deixou 18 mortos, centenas de feridos, e gerou denúncias de violações dos direitos humanos. 

Apenas o líder sandinista nicaragüense, Daniel Ortega, e o presidente boliviano, Evo Morales, confirmaram presença. 

Um local de peregrinação 

O caixão com o corpo de Chavez fica no Quartel da Montanha, instalação militar de cuja esplanada se tem uma visão panorâmica de Caracas, principalmente do Palácio presidencial de Miraflores. 

Uma guarda de honra permanece ao redor do caixão, juntamente com grandes fotografias do líder, infografias sobre sua vida, e gravações de Chávez cantando o hino nacional. 

Um desfile com força 

As cerimônias desta quarta-feira começam com um desfile militar no setor oeste de Caracas, no qual o governo deverá aproveitar para exibir seu moderno equipamento militar, remodelado a um custo de milhões de petrodólares. 

Além de caças Sukhoi e unidades navais, a Venezuela comprou blindados T-72, helicópteros de transporte militar e de combate, e sistemas de mísseis, entre eles os Pechora, com rampas de lançamento móvel. 

Além do desfile e da cerimônia, há outro ponto alto da data, como a estreia mundial do documentário "Mi Amigo Hugo", dirigido pelo americano Oliver Stone, que será exibido à noite pela rede de TV Telesur. 

O filme, de 50 minutos, reúne depoimentos de familiares, amigos, intelectuais e políticos. "Espero que essas entrevistas, juntas, deem uma ideia do amor, do tamanho da falta que ele faz para seu povo", disse Stone em entrevista à Telesur.
AFP

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