Reintegração de posse foi iniciada por volta das 5h desta sexta-feira (11).
Local foi invadido no dia 31 de março; cerca de 5 mil ocupavam local.
Depois da reintegração de posse do terreno da Oi, no Engenho Novo, Subúrbio do Rio, nesta sexta-feira (11), vândalos promoveram depredações. Não se sabe se eles faziam ou não parte do grupo que ocupava o terreno. Sete veículos foram incendiados, entre eles um carro da polícia, e pelo menos três agências bancárias foram depredadas. Um supermercado foi invadido e saqueado, e um veículo de uma emissora de televisão também foi atacado.
No confronto com a PM, pelo menos 19 pessoas ficaram feridas, entre elas, 12 policiais militares e três crianças. De acordo com a polícia, 25 pessoas foram detidas — sendo 21 suspeitos de participar do saque ao supermercado. Às 13h27, entretanto, a maioria havia sido liberada, já que não houve flagrante.
O repórter do jornal "O Globo", Bruno Amorim, também foi detido quando acompanhava o trabalho da PM.
A Polícia Militar deu início à reintegração de posse do terreno por volta das 4h45 desta sexta-feira. No local, chamado de "Favela da Telerj", ocupantes ergueram casas improvisadas havia 13 dias. A desocupação começou pacífica: moradores se reuniram atrás de um cordão de isolamento e saíram sem reagir.
No entanto, a situação ficou tensa depois que alguns moradores começaram a atear fogo dentro do prédio, às 6h45. Em seguida, um confronto entre policiais militares e ocupantes provocou uma grande correria.
A ação da polícia cumpre decisão judicial do dia 4, que determinou a saída das pessoas que ocupam o terreno da Oi.
Confrontos
Segundo balanço da PM, cinco policiais foram feridos a pedradas. Um menino de 9 anos também ficou ferido, foi atendido por bombeiros e liberado. Um bebê de seis meses, que inalou fumaça, também precisou de atendimento. A polícia revidou os ataques com balas de borracha e spray de pimenta. Ocupantes reclamavam de violência policial na abordagem. "Uns falam para ter calma mas tem outros que saíram batendo. Minha irmã apanhou. Estou chorando porque tenho vergonha de não ter onde morar e estar passando por essa situação", disse Drieli Almeida.
Segundo balanço da PM, cinco policiais foram feridos a pedradas. Um menino de 9 anos também ficou ferido, foi atendido por bombeiros e liberado. Um bebê de seis meses, que inalou fumaça, também precisou de atendimento. A polícia revidou os ataques com balas de borracha e spray de pimenta. Ocupantes reclamavam de violência policial na abordagem. "Uns falam para ter calma mas tem outros que saíram batendo. Minha irmã apanhou. Estou chorando porque tenho vergonha de não ter onde morar e estar passando por essa situação", disse Drieli Almeida.
Barracos derrubados
Aproximadamente 1.650 policiais do 3º BPM (Méier), do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque (BPChq) foram mobilizados para a retirada dos ocupantes do imóvel. Os policiais anunciaram, por meio de um megafone, que os habitantes seriam levados em ônibus e caminhões para abrigos da prefeitura.
Aproximadamente 1.650 policiais do 3º BPM (Méier), do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque (BPChq) foram mobilizados para a retirada dos ocupantes do imóvel. Os policiais anunciaram, por meio de um megafone, que os habitantes seriam levados em ônibus e caminhões para abrigos da prefeitura.
Por volta das 6h30, uma retroescavadeira da polícia começava a derrubar os primeiros barracos erguidos no terreno do prédio, como mostrou o Bom Dia Rio. Pouco depois, ocupantes do local começaram a atear fogo em objetos dentro do prédio. O enfrentamento de alguns grupos com policiais começou logo depois. Ocupantes tentaram bloquear mais de uma vez a rua Lino Teixeira, com barricadas feitas de pneus. Um carro de reportagem do SBT foi apedrejado por moradores do prédio.
Os barracos se espalharam na propriedade do Engenho Novo com rapidez desde que o local foi invadido. De acordo com estimativa de moradores, já há cerca de 5 mil famílias no local. Os moradores fizeram ligações clandestinas de energia elétrica e pegaram água das cisternas.
Pessoas que estão no prédio alegam que não têm condições de pagar aluguel. Por isso, teriam deixado comunidades como a do Jacarezinho, Rato Molhado e pontos da Baixada Fluminense para ocupar a área.
Lamento
Moradores que deixavam o imóvel lamentaram a reintegração. "Tenho marido preso. Eu recebo auxílio reclusão. Pagava R$ 500 de aluguel no Jacarezinho. Não dá. Minha filha estuda no CIEP da Mangueira. Com esse dinheiro, eu pago lanche pra minha filha. Mandaram todo mundo sair e está cheio de criança. O prédio está abandonado há mais de 20 anos. Invadimos mesmo, e agora tem 8 mil pessoas. Queremos ficar na paz e tem nuita criança lá dentro", disse uma moradora que não quis se identificar.
Moradores que deixavam o imóvel lamentaram a reintegração. "Tenho marido preso. Eu recebo auxílio reclusão. Pagava R$ 500 de aluguel no Jacarezinho. Não dá. Minha filha estuda no CIEP da Mangueira. Com esse dinheiro, eu pago lanche pra minha filha. Mandaram todo mundo sair e está cheio de criança. O prédio está abandonado há mais de 20 anos. Invadimos mesmo, e agora tem 8 mil pessoas. Queremos ficar na paz e tem nuita criança lá dentro", disse uma moradora que não quis se identificar.
"Morava em Manguinhos. A gente está consciente que o prédio não é nosso. Mas pago R$ 380 de aluguel, desempregado. Estamos morando, tenho tudo aqui. Eu não tinha condição de dar uma casa para minha família. Como a gente vai servir a sociedade se não tem o lado social para saber nossa realidade? Como a gente vai sobreviver? Aí dentro tem pessoas que necessitam. A gente quer que a prefeitura sente com a gente e a que gente seja ouvido. A gente não quer nada de ninguém. Só queremos o que prometem na hora da eleição", disse Rodrigo Moreira.
Em imagens feitas com celular, a equipe do RJTV mostrou que os lotes foram demarcados por casas improvisadas. Os espaços demarcados são pequenos, mas onde vivem até oito pessoas. Um invasor, vindo do Jacaré, no Subúrbio, conta que foi morar lá com mulher e filha.
“Não tenho condições de pagar aluguel. Ou a gente paga aluguel ou a gente come. Então, a gente veio para cá. Vamos ver o que vai acontecer, se vamos conseguir alguma coisa ou se aqui vai ser a nossa casa”, disse o homem.
O prefeito Eduardo Paes disse na noite de quarta-feira (9), que os invasores do terreno não vão ganhar casa do governo “no peito e na raça”. E defendeu a reintegração de posse do terreno pela empresa.
“Não conheço favela nenhuma da Telerj. Conheço uma invasão com todas as características de uma invasão profissional, organizada. Ali tem sim pessoas humildes com necessidades habitacionais, pessoas mais pobres, mas que estão ali loteando e demarcando. Pobre que é pobre que precisa de casa não aparece logo com aqueles madeirites e fica marcando número. Então, é um movimento típico de um movimento organizado. É só ver o Bom Dia Rio, o Globocop e ver que não se consegue filmar ninguém ali. Por quê? Porque ninguém dorme lá, a maioria das pessoas não mora ali”, disse Paes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário