Londrina - "Cinco luzes" é o título do mais recente artigo de dom Orlando Brandes, arcebispo metropolitano da arquidiocese de Londrina, no estado do Paraná. No texto, ele apresenta as cinco luzes, que são as seguintes: luz física, luz divina, luz da fé, luz das boas obras e luz eterna.
De acordo com o prelado, a luz física é a primeira obra do Criador, a primeira criatura, que ilumina, aquece e transforma. Ele explica que o caos inicial transformou-se em cosmos, em beleza, harmonia e esplendor, graças à luz. Assim, para o arcebispo, a luz do sol, da lua, das estrelas, da aurora, da lamparina, da eletricidade, do laser, entre outras, são uma força, uma energia, um dínamo que move prótons e elétrons, move a vida e o universo. "É preciso ver o Criador nas criaturas", ressaltou.
Ainda conforme dom Orlando, nós podemos ser pessoas iluminadas, irradiantes, transformantes. Segundo ele, andar na claridade ou na escuridão, na transparência ou na obscuridade isso depende de nós. "Quem pratica o bem está na luz, torna-se luz. Um bom conselho é luz para os irmãos. Uma pessoa positiva é portadora da luz, de ânimo, de entusiasmo, de esperança. Os valores, as ideias, os bons projetos são luzes. Somos luzeiros, tochas acesas, fogo ardente. É preciso incendiar o mundo com o bem, a verdade, a justiça e a paz", completa.
O prelado afirma que a segunda luz, a divina, é o Espírito Santo, a luz do alto, o fogo que desce do céu. Para ele, esta luz conduz a história, transforma vidas, dilata corações, abre as mentes e age nas consciências.
Dom Orlando salienta que o Espírito Santo é luz do mundo que potencializa a luz natural e a ultrapassa, pois renova a face da terra, consola os aflitos, defende os fracos, atua nos pobres, conduz a humanidade no seu desenvolvimento. Já quanto a luz da fé, o arcebispo ressalta que ela é professada nos doze artigos do Credo. De acordo com ele, começa como centelha, mas torna-se labareda, incêndio, calor, e é graças à luz da fé que superamos cegueiras, idolatrias, ateísmos, indiferenças, incredulidades.
Dom Orlando afirma que é pela luz da fé que podemos ver e ouvir a luz que vem da Palavra de Deus e a luz do sacrário. "A fé é luz porque ilumina nossos caminhos, decisões, horizontes e direção. Pela luz da fé encontramos sentido para a vida e resposta para as interrogações, as dúvidas, os medos. Pela fé vemos, ouvimos, obedecemos e tocamos em Deus. Abandonamos veredas, labirintos, desvios e somos conduzidos na direção e estrada certa. Pela fé olhamos a realidade com os olhos de Deus. A luz da fé brilha sete vezes mais que a luz do sol", destaca.
Outra luz citada pelo prelado é a luz das boas obras. Ele avalia que quem ama o próximo está na luz, e quem odeia está nas trevas. Conforme dom Orlando, nossas boas obras são luzes que glorificam a Deus, e promovem os outros, e esta luz não se apaga, pois o bem, as boas obras, o amor, não morrem, não desaparecem. "Tudo o que doamos ninguém pode nos roubar. As boas obras são imortais e os bons são luzes imorredouras. Pelas boas obras somos luz do mundo", destaca.
Por fim, o arcebispo reflete sobre a luz eterna, afirmando que Deus é luz, que Jesus é luz da luz, e que Deus habita em luz inacessível. Para ele, há um desejo inato em cada ser humano de ver a luz que é o rosto de Deus, porque ver Deus face a face é a experiência mais atraente, transformante e esplendorosa da pessoa humana.
"Ouvido algum ouviu, olho algum viu, coração algum sentiu o que Deus preparou para os que o amam. Graças à ressurreição participaremos da luz eterna. No céu veremos, amaremos, louvaremos, intercederemos, conviveremos na luz de Deus e dos santos, dos eleitos, dos salvos. Nosso corpo será todo luz", conclui.
SIR
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