quarta-feira, 16 de abril de 2014

Eucaristia à luz de Anchieta



Cidade do Vaticano (RV) – Na Semana em que vivemos a paixão, morte e ressurreição de Cristo, o novo Santo brasileiro continua nos evangelizando através de seus escritos.
Selecionamos trechos dos Poemas Eucarísticos, onde o Apóstolo fala da infinita misericórdia de Deus, que se encontra na origem da paixão, morte e ressurreição de Cristo.
Foi quando o próprio pão, em jantar derradeiro, 
Comendo, aos seus irmãos deu-se a comer inteiro.
Pulsem os corações com tão rico presente
E transborde o louvor a voz que canta e sente!
Pela primeira vez chega o grande momento:
É posto à mesa régia o célico alimento.
A Eucaristia é o sinal da infinita misericórdia de Deus para com o homem e a sua criação. Para salvar o homem, o Deus-Todo Poderoso não hesitou em humilhar-se a si mesmo, assumindo a condição mortal através do seu Filho, que se torna “servo dos servos” e morre por nós “em duro pau de cruz”. 
Em tudo igual a ti, veio em corpo mortal
A lavar nosso crime extirpar nosso mal,
Enfrentar por vontade um cruel sofrimento,
E arrostando a cruz o horroroso tormento,
Com sua morte atroz, restaurar a amizade.
Na cruz, Cristo se torna o perfeito comunicador desse amor divino para o homem e a humanidade. Aquele que restabelece a comunicação entre os homens e Deus e que mediante a sua ressurreição e ascensão aos céus prepara as “celestiais moradas” para os homens que buscam Deus e o seu Reino.
O teu sangue em caudais tu por mil derramaste:
Pois tu com preço tal, sozinho me compraste.
Vida inocente dás, para não me perder:
Para comprar o morto aceitas o morrer.
E em mim possas viver só e sempre em guarida,
Pois tua morte foi causa de minha vida!
Cristo deixa o “próprio corpo” como novo alimento que deve acompanhar esse homem liberto do pecado no seu caminhar histórico: Deus ama, o homem espera, Deus liberta. A liberdade que nasce da Eucaristia se torna assim a esperança do cristão.
O novo rei do céu dá na ceia a seus povos
Com dadivosa mão estes manjares novos.
A nova páscoa finda a do antigo cordeiro,
E cede à nova lei o código primeiro.
Ao real cede a sombra, ao recente a demora,
Foge rápida a noite ao ressurgir da aurora
A ressurreição e ascensão de Cristo preparam algo para nós. Neste sentido, falamos de esperança, da qual a morte se torna sinal mais forte. Então vale a pena dizer sempre: “Minh’alma sedenta busque esta fonte divina”.
Vais e ficas, deixando o maior dom terrestre,
Teu corpo, ó Cristo, que é o penhor de que ama.
Ó verdadeiro amor, benigníssima chama,
Que és para os bons, Jesus, compaixão infinita!

(BF)
Rádio Vaticano

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