Padre Augusto Menezes Vale*
Morre o Senhor Jesus. Sua morte explica a nossa morte. Morrer não é deixar de existir, é páscoa! Jesus fez sua páscoa, passagem deste mundo aquele que somente vemos com os olhos da fé. Desceu às profundezas do abismo para derrotar o império da própria morte, levando consigo a nossa humanidade marcada pelo pecado. Sim, nosso Senhor derrotou na cruz o veneno que nos mortalizou, carregou sobre si o peso do nosso pecado e todas as suas consequências.
O que é mais impressionante neste fato é sabermos que aquele que entregou a sua vida para nos salvar é Deus esvaziado de sua glória no abismo da pequenez humana. Só quem é capaz de se perder a este ponto ama com um amor que não se pode descrever em palavras. A morte de nosso Senhor por nós, atinge uma radicalidade profunda, pura entrega de si, autocomunicação, esvaziamento, nulificação de si para ser tudo em nós. O que aprendi com a morte do Senhor é a certeza, não obstante a minha pouca fé, que quem assim morre quer ensinar algo profundo: que a morte não põe fim a vida.
Jesus não morreu como um desesperado, mas como alguém que abraçou a cruz, sabendo que ela - a cruz - seria apenas um começo de um lindo projeto de amor de Deus para a humanidade. Portanto, se Jesus assim morreu, ele queria nos dizer algo para iluminar a todos nós que, de alguma forma nos angustiamos diante essa realidade que é certa em nossas vidas: morrer não é o fim. A nossa morte ele matou com a sua morte, e nos dará a vida eterna, porque o seu projeto não se encerrou naquele túmulo.
Que o Senhor Jesus, que agora desce aos infernos e liberta a todos do sonho da morte, desça também aos nossos infernos: nossas infidelidades, descrenças, timidez, acomodação, desconfiança, falta de disponibilidade de vivermos nossa fé, desesperança, etc. e nos liberte. Abramos os nossos corações para que ele venha e assim, juntos possamos soltar o nosso grande grito de ALELUIA.
*Estudante na Universidade Gregoriana de Roman, mestrando em Filosofia
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