Francisco apela ao fim da guerra no país depois de mais de três anos de violência
Cidade do Vaticano, 09 abr 2014 (Ecclesia) – O Papa condenou hoje o assassinato “brutal” do padre jesuíta Frans van der Lugt, morto a tiro na Síria, esta segunda-feira, e apelou ao fim da guerra no país.
“O seu brutal assassinato encheu-me de profunda dor e fez-me pensar uma vez mais nas muitas pessoas que sofrem e que morrem nesse país martirizado, a minha amada Síria, há demasiado tempo vítima de um conflito sangrento, que continua a espalhar morte e destruição”, referiu Francisco, falando na Praça de São Pedro, Vaticano, durante a audiência pública semanal.
A intervenção recordou as “numerosas pessoas raptadas”, cristãos e muçulmanos, sírios e de outros países, entre os quais há bispos e sacerdotes.
“Peçamos ao Senhor que eles possam voltar quanto antes aos seus entes queridos e às suas famílias e comunidades”, disse.
Francisco convidou todos à oração “pela paz na Síria e na região”, lançando um “apelo urgente” aos responsáveis sírios e à comunidade internacional: "Por favor, que as armas se calem, que se ponha fim à violência”.
“Basta de guerra, basta de destruição”, exclamou, antes de rezar, com os presentes, à Virgem Maria, "Rainha da Paz".
Segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, os combates entre as tropas do governo de Bashar Al-Assad e forças opositoras ao regime já provocaram 150 mil mortos, incluindo 7985 crianças, e milhões de refugiados e deslocados.
O Papa pediu que se respeite o “direito humanitário”, com atenção à “população necessitada de assistência humanitária”, e se chegue “à desejada paz através do diálogo e da reconciliação”.
Francisco explicou às milhares de pessoas presentes que o padre Frans van der Lugt, um “confrade jesuíta holandês” de 75 anos, estava na Síria há quase cinco décadas, onde “sempre fez o bem a todos, com gratuidade e amor”.
“Por isso, era amado e estimado por cristãos e muçulmanos”, declarou.
O religioso foi baleado duas vezes na cabeça por um atirador que ainda não foi identificado, diante da sua casa, em Homs.
O responsável máximo (prepósito-geral) dos jesuítas, padre Adolfo Nicolás, manifestou o seu pesar pelo assassinato do sacerdote holandês, “um homem que dedicou a sua vida aos pobres e aos necessitados e que não quis abandoná-los, mesmo nos momentos de maior perigo”.
OC
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