segunda-feira, 12 de maio de 2014

'Não tenham medo de perdoar', diz papa

  

Padre Rodrigo Paiva dos Reis
Pontífice presidiu missa de ordenação de 13 presbíteros, entre eles um brasileiro.

Cidade do Vaticano  Na manhã desse domingo (11), o papa Francisco presidiu na Basílica de São Pedro a missa de ordenação de 13 presbíteros, entre eles um brasileiro de 28 anos, Rodrigo Paiva dos Reis, da Diocese de Roma. O papa entrou na Basílica em procissão, atravessando a nave central com os concelebrantes, dentre os quais, os bispos auxiliares de Roma. O Rito de Ordenação Presbiteral teve início logo após a Liturgia da Palavra, com a apresentação, por parte do Cardeal-Vigário, Agostino Vallini, e a eleição dos candidatos. 

Em pé diante do Papa, os candidatos ouviram a fórmula “Com o auxílio de Deus e de Jesus Cristo, nosso Salvador, escolhemos este nosso irmão para a Ordem do Presbiterado”. Dando sequência, Francisco pronunciou a homilia ritual prevista no Pontifical Romano para a ordenação dos presbíteros, integrando-a com alguns acréscimos pessoais. 

Na sua breve reflexão, o papa falou aos fiéis sobre este momento forte na vida da comunidade; bem como sobre o sacramento da Ordem Sacerdotal. Dirigiu-se aos ordenandos aconselhando-os e animando-os acerca de seu futuro ministério. “Serão anunciadores do Evangelho, pastores do Povo de Deus e presidirão aos atos de culto, especialmente à celebração do Sacrifício do Senhor”, advertiu, destacando que “em seu ministério de ensinar a Doutrina sagrada, distribuirão a Palavra de Deus, mas devem sempre se lembrar que ela não é de sua propriedade: é Palavra de Deus. E a Igreja é a guardiã da Palavra de Deus”.

Francisco ainda recordou: “Pelo Batismo, farão entrar novos fiéis no Povo de Deus. Através do sacramento da Penitência, perdoarão os pecados em nome de Cristo e da Igreja. E hoje, em nome de Cristo e da Igreja, eu lhes peço: por favor, não se cansem de ser misericordiosos”. 

A este ponto, acrescentou com palavras suas: “Sofro muita dor quando encontro gente que não se confessa mais porque foi repreendida, levou bronca do padre. È como se a igreja lhes batesse a porta na cara. Não façam isso! Misericórdia, misericórdia!”, completou, dizendo ainda: “Se lhes vier a dúvida de que estão perdoando demais, lembrem-se daquele padre que ia ao tebernáculo e dizia: “Senhor, eu perdoei demais, perdoe-me, mas foi você que me deu o mau exemplo!”.

Prosseguindo na homilia, Francisco recomendou-lhes que “com alegria e caridade sincera, procurem agradar unicamente a Deus e não a si mesmos; que sejam pastores, e não funcionários; mediadores, e não intermediários”. Após a homilia, os eleitos, em pé, responderam às interrogações do Papa sobre o desempenho da missão do sacerdote, o ministério da palavra, a celebração dos ministérios de Cristo, a assiduidade ao dever da oração e a união com Cristo.

Depois de responder “Quero”, os ordenandos se ajoelharam com as mãos postas entre as do Papa e foram novamente interrogados: “Prometes respeito e obediência ao Bispo diocesano e ao teu legítimo superior?”; “Prometo”, responderam, e o papa concluiu: “Deus, que te inspirou este bom propósito, te conduza sempre mais à perfeição”.

O pontífice convidou os presentes a rezarem a Deus Pai para que derrame sua graça sobre os novos presbíteros. Os eleitos prostraram-se no chão, como sinal de sua total entrega a Deus. Terminada a ladainha, com as mãos estendidas, Francisco rezou pedindo ao Senhor que derrame sobre estes servos a bênção do Espírito Santo e a força da graça sacerdotal. Em seguida, de joelhos e em silêncio, o Papa impôs as mãos sobre suas cabeças, seguido pelos presbíteros.

No silêncio do coração, ele e todos os presbíteros presentes pediram a Deus pelos ordenandos. Francisco fez uma oração citando as principais tarefas do sacerdote, como a de ser, principalmente, colaborador do bispo, instrutor da fé e divulgador da palavra de Deus. Terminada a Prece de Ordenação, os novos presbíteros vestiram a estola sacerdotal e a casula. Em seguida, o Papa ungiu a palma das mãos dos ordenados com o óleo do santo Crisma. Alguns fiéis levaram o pão na patena, e o vinho e a água no cálice, para a celebração da Missa. 

O papa os entregou aos ordenados, ajoelhado, e disse: “Recebe a oferenda do povo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao mistério da cruz do Senhor”. Por fim, em sinal de acolhimento ao neo-sacerdote, o Papa abraçou um a um, e se abraçaram todos entre si.  Seguiu-se a liturgia eucarística, e os ordenados exerceram, pela primeira vez o seu ministério, concelebrando-a com o papa. Ao término da celebração, Francisco estendeu suas mãos sobre os ordenados e os fiéis, concedendo-lhes a sua benção.
SIR

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