Jesus, o Mestre por excelência, passa três anos preparando os apóstolos e discípulos para os acontecimentos de sua Paixão. Fala de seus sentimentos, de sua morte e de sua Ressurreição.
Quando tudo isso acontece, o peso do sofrimento e da morte é tão grande que todos se esquecem do que Jesus os advertira em relação à Ressurreição. Todos ficam desapontados, tristes e reagindo como se a morte fosse a última palavra na vida de Jesus.
O Evangelho nos relata a repercusssão desses fatos na vida de dois deles, os chamados discípulos de Emaús, Cléofas e seu companheiro.
Eles estão voltando para casa. O Mestre, aquele em que colocavam toda a esperança, está morto. Pelo caminho eles andam de modo acabrunhado. Contudo, Jesus, o Consolador, se dirige a eles com o propósito de acabar com essa tristeza. Jesus usa uma tática de não se revelar logo, mas de ir fazendo perguntas, recordando o que estava nas Escrituras a respeito d’Ele, de tal modo que a esperança fosse recuperada.
Ao passar pela entrada de Emaús, Jesus se despede. Eles ficam desapontados com tal atitude. Aquele caminheiro que, com sua conversa, estava resgatando a esperança, vai embora e vai deixá-los sozinhos. Não, não pode ser. Eles pedem ao desconhecido que entre com eles no povoado, depois em sua casa e ceiem juntos.
Podemos ver nesse gesto de Jesus, ao deixar espaço para ser convidado, que o Senhor não se impõe a nós. Ele vem até nós e nos consola, mas não impõe sua presença permanente. Ele quer nossa solicitação, Ele se oferece como hóspede – Eis que estou à porta e bato - , ele espera um ato livre de nossa vontade. Ao ser convidado, Jesus aceita e vai cear com eles.
Na hora da bênção do pão, Jesus se revela e, como no Tabor, aparece sua glória de Filho amado pelo Pai. Jesus se revela e desaparece.
Não é mais necessária sua presença após a manifestação de sua glória, após a experiência e anunciar a ressurreição.
Assim somos nós. Nos momentos difíceis da vida recordamos as palavras do Senhor?
Damos espaço para que Ele nos fale? Recorremos às Escrituras, ao Evangelho e meditamos suas palavras?
A experiência que temos de Deus, a compartilhamos com os demais?
Pe. César Augusto dos Santos SJ
Rádio Vaticano
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