segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ucrânia: Presidente eleito deseja manter governo e operação no leste

O bilionário ucraniano Petro Poroshenko disse que vai manter premiê.
Ele anunciou que deseja se reunir com Putin na metade de junho.

Da France Presse
Empresário Petro Poroshenko fala para simpatizantes em frente a um quadro com resultados boca de urna que já o indicavam como novo presidente da Ucrânia. (Foto: Reuters)Empresário Petro Poroshenko fala para simpatizantes em frente a um quadro com resultados boca de urna que já o indicavam como novo presidente da Ucrânia. (Foto: Reuters)
O bilionário ucraniano e presidente eleito do país, Petro Poroshenko, afirmou nesta segunda-feira (26) que pretende manter o atual governo com o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk, depois de vencer a eleição de domingo (25).
"Não há planos para mudar o governo", disse Poroshenko, que também revelou que pode fazer a primeira viagem ao exterior no dia 4 de junho com uma visita a Polônia, para o evento de celebração de 25 anos da independência do país.
Poroshenko também afirmou que quer continuar com a operação antiterrorista no leste do país, contra os separatistas que fazem uma rebelião em cidades como Donetsk.
"Apoio a continuação da operação militar mas quero que haja mudanças em sua forma", assinalou Poroshenko, acrescentando que "deve ser mais efetiva, mais curta no tempo, e com as unidades melhor equipadas".
"Deve ter prazos mais curtos e ser mais eficiente", completou o futuro chefe de Estado ucraniano, antes de destacar que não permitirá aos separatistas pró-Rússia transformar o leste do país "na Somália".
"Aqueles que não desejam entregar as armas são terroristas e não se negocia com terroristas. A federalização é indiferente para eles, não se importam em nada com a língua russa. O objetivo é transformar Donbass (leste da Ucrânia) na Somália", disse, em Poroshenko, em referência ao país africano devastado por uma guerra civil desde 1991.
"Espero que a Rússia apoie meu ponto de vista", disse o político ucraniano, que recebeu 54% dos votos no primeiro turno presidencial, segundo resultados parciais.
Ele ainda informou que espera se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na primeira metade de junho.
"Putin e eu nos conhecemos muito bem", disse, destacando que a reunião com os dirigentes russos não deve se limitar a um "aperto de mãos" e, portanto, deve ser preparada.
Crise política
Os ucranianos foram em grande número às urnas neste domingo, exceto nas regiões separatistas pró-Rússia do leste do país. O pleito foi boicotado por insurgentes das regiões de Donetsk e Lugansk.
A eleição antecipada é considerada um passo fundamental para tentar resolver a crise política do país, que o colocou à margem da guerra aberta com a Rússia.
Ela ocorre seis meses após o início dos protestos que levaram à queda de Yanukovych e que incentivaram os movimentos separatistas armados pró-Rússia no leste do país, gerando crescente preocupação na Europa e uma polarização entre Rússia e EUA.

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