Especialistas desvendam mitos e afirmam que atravessar esta fase com qualidade de vida é possível.
Se até pouco tempo atrás menopausa significava uma fase de angústia e sofrimento para as mulheres, hoje não é mais. Com os avanços da medicina, e também das mulheres, já é possível chegar à menopausa com muito mais qualidade de vida.
Isso porque os tratamentos disponíveis atualmente são bastante seguros e em uma variedade que possibilita atender à grande maioria dos casos. Além disso, a mulher moderna, ativa, com uma alimentação balanceada e que pratica regularmente atividade física, tem ainda mais chances de passar por mais esta etapa de sua vida com muita tranquilidade.
Para que isso ocorra, é fundamental procurar um médico já nos primeiros sinais do climatério, que é o período de transição desde a fase com capacidade reprodutiva até chegar à fase em que essa capacidade deixa de existir.
“Além das visitas de rotina ao ginecologista, que devem acontecer anualmente ou de acordo com a indicação do próprio médico, ele deverá ser procurado assim que a mulher notar irregularidade no ciclo menstrual ou sintomas como ondas de calor repentinas, irritabilidade excessiva, fadiga ou insônia”, explica o dr. Luciano Pompei, vice-presidente da Associação Brasileira de Climatério - SOBRAC.
Estes são alguns dos sinais de que alterações estão ocorrendo, provocando falha hormonal. Outros sintomas, menos específicos, podem ocorrer, como aumento de dores em geral e depressão.
“Quanto antes o médico puder avaliar esta mulher e, juntos, decidirem pela melhor forma de tratamento, antes ela terá de volta qualidade de vida e muito mais tranquilidade para atravessar esta fase”, afirma a dra. Maria Celeste Wender, presidente da SOBRAC.
Climatério no Brasil
Estatisticamente, cerca de 10 milhões de mulheres brasileiras atravessam, hoje, o climatério. No entanto, nem todas elas têm sintomas indesejáveis.
“Cerca de 20% das mulheres não apresentam sintomas. As demais terão desde desconforto leve até bastante intensos. Com o passar dos anos, a porcentagem de mulheres afetadas cai, chegando a menos de 50% após cinco anos dos primeiros sintomas”, explica o dr. Luciano.
Prevenção e riscos
Seja qual for a queixa, a avaliação médica é fundamental, pois mesmo sem sintomas importantes, diversas alterações estão ocorrendo no organismo e muitas delas podem necessitar de atenção redobrada.
“Esta é uma fase de grande perda de massa óssea, que pode levar à osteoporose se não tratada adequadamente. Os tratamentos, inclusive, são muito mais eficazes se iniciados precocemente”, alerta dr. Luciano.
Além da osteoporose, que atinge cerca de 30% das mulheres após a menopausa, o acompanhamento médico também servirá para a prevenção de complicações cardíacas como a doença coronariana, que é mais incidente em mulheres após esta fase.
Menopausa e Climatério
Menopausa é o nome dado à última menstruação da vida da mulher, que geralmente acontece entre por volta dos 50 anos de idade.
Mas o climatério, nome dado ao período que engloba a interrupção da produção hormonal dos ovários, ausência de ovulação e carência de estrogênio – principal hormônio sexual feminino, acontece dos 40 aos 65 anos, mas pode variar a cada caso.
Além dos sintomas já citados, que afetam demais a qualidade de vida da mulher, outro problema comum nesta fase é a perda de lubrificação vaginal, comprometendo também a vida sexual.
Tratamento
A terapia hormonal (TH) é o tratamento que visa aliviar os sintomas e também prevenir os problemas que passam a incidir mais frequentemente em mulheres a partir desta fase. A TH inclui reposição de estrogênio – hormônio em falta no corpo – aliviando os sintomas causados por esta deficiência.
A progesterona ou substâncias com efeito similar também costumam ser indicadas, particularmente nas mulheres que têm os seus úteros intactos quando chegam à menopausa. O hormônio é adicionado ao estrogênio para proteger o revestimento do útero (endométrio) e reduzir o risco de câncer no local.
Médicos debatem Climatério e Menopausa
A Associação Brasileira de Climatério (SOBRAC) promove, de 15 a 17 de maio, no Centro de Convenções Frei Caneca, o 8º Congresso Brasileiro de Climatério e Menopausa. São esperados mais de mil médicos e convidados de todo o país, para discutir os aspectos que envolvem o climatério. Serão duas salas simultâneas, que debaterão risco cardiovascular, associação entre hormônios e câncer, osteoporose, anticoncepção da mulher próxima da menopausa, bem como a fertilidade dessa mulher, entre outros.
Um dos destaques do evento será o lançamento do novo consenso brasileiro sobre climatério, elaborado por especialistas de todo o país, sob a coordenação da SOBRAC. “Embora esta área da medicina esteja evoluindo muito nos últimos anos, infelizmente grande parte da população ainda vive sob o estigma de que a terapia de reposição hormonal traz riscos imensos à saúde, sem conhecer os seus reais benefícios e indicações”, explica Pompei.
O consenso, segundo o dr. Pompei, será uma forma efetiva de orientar o especialista, para que este também se sinta mais seguro para expor à sua paciente a melhor terapia para o seu caso, tendo em mãos a posição oficial da SOBRAC, além de informações sobre riscos e benefícios.
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