Padre Geovane Saraiva*
Como é
maravilhoso sentir a graça de experimentar constantemente da presença do Senhor
Deus! Aqueles que foram constituídos apóstolos pelo Mestre Divino e depois enviados
em missão, voltaram e reuniram-se com Jesus para contar tudo quanto haviam
realizado e ensinado, resultado fecundo, da força do anúncio do Evangelho (cf. Mc 6, 30-31).
Na Igreja, o
bispo é o primeiro a ser chamado, no sentido hierárquico. Ele deve ser um irmão
entre os irmãos, na busca da justiça, da paz e da solidariedade; deve ser também
homem de todos, para não ser de ninguém. Assim também o padre não deve ser
ministro de um grupo ou mesmo de movimentos apostólicos, sejam eles quais
forem, para ser de todos. Como é importante o convencimento de que a única
maneira de não ser de ninguém, é ser de todos.

Quando vemos o
Papa Francisco envolvido na luta pelos povos da África, colocando-se com sua
voz profética na defesa das pobres crianças albinas africanas, solidarizando-se
como foi-lhe a solicitação da organização que cuida dessa pobre gente, lendo
algumas passagens do livro ‘Sombra Branca’, do autor italiano Cristiano Gentile,
que procura sensibilizar a opinião pública sobre a situação dos albinos na África,
“uma população muitas vezes repudiada e rejeitada”
Que tenhamos por
palavra de ordem, sensibilidade e conversão, para que deste modo, possamos
jogar no time de Dom Roque Pasloschi e do Papa Francisco, que é o mesmo time de
Nosso Senhor Jesus Cristo, diante de “milhares de pessoas com albinismo, consideradas
seres sobrenaturais; são discriminadas, oprimidas e perseguidas só por causa da
sua pele branca. Vivem isoladas, em extrema pobreza e, por causa do sol
equatorial, a sua esperança de vida é de cerca de 30 anos”, explicam os
promotores da iniciativa. O Serviço de Informação do Vaticano adianta que a
leitura e o testemunho do Papa se inserem numa mensagem universal de paz e fraternidade, cujos destinatários são desta
feita os albinos africanos, símbolos vivos da periferia absoluta, os
‘últimos dos últimos’.
Dom Roque também
marcou belos gols, quando denunciou a mineração
e hidrelétricas em terras indígenas, afirmando com maestria: “Os povos
amazônicos são portadores de uma enorme contribuição para a vida e o nosso
futuro. Sua profunda espiritualidade, sua relação com a mãe terra, com as
florestas, os rios e todas as formas de vida com quem convivem; seu
impressionante acervo de conhecimentos aponta caminhos diferentes e
humanizadores para todos nós”, sem
esquecer o bispo defensor do pulmão do mundo, ao encontrar uma âncora no
Vigário de Cristo, aos 27/07/2013: “A Igreja está na Amazônia não como aqueles
que têm as malas na mão, para partir depois de terem explorado tudo o que
puderam”. E aqui recordo Padre Antônio Vieira, nesta assertiva: “Eles (as
autoridades) chegam pobres nas Índias ricas e voltam ricos das Índias pobres”.
O Sumo Pontífice
pede uma Igreja capaz de “sair à rua” e ir à busca das pessoas, “entrar nas
casas, visitar as famílias, andar nas periferias”, não ser “apenas uma Igreja
que recebe, mas que oferece”. Ao ser rotulado
de "marxista", rejeita com veemência a afirmação dizendo: A bandeira dos pobres é cristã. A
pobreza está no centro do Evangelho. O Papa
retoma as suas preocupações com as consequências do desemprego, frisando que
quem perde o seu trabalho “tem de lidar com outra pobreza, já não tem
dignidade”. “Até pode ir à Cáritas e levar para casa um saco de bens
alimentares, mas sente uma pobreza gravíssima que lhe destrói o coração”.
Saibamos agradecer
ao bom Deus pelo Papa Francisco, na afirmação ao jornal italiano Il Messagero (29/06/2014):
"Graças a Deus não tenho nenhuma Igreja, sigo a Cristo. Não fundei nada.
Do ponto de vista do estilo não mudei comparado a como eu era em Buenos Aires.
Sim, possivelmente alguma coisa pequena, porque tinha que ser feita, mas mudar
na minha idade teria sido ridículo", diante da pergunta: Para onde está
indo a Igreja de Bergoglio?
*Padre da Arquidiocese de
Fortaleza, escritor, colunista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de
Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará
(ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com
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