sexta-feira, 27 de junho de 2014

Papa critica uso da religião para jogos de 'poder'

Segundo Francisco, o povo seguiu Jesus porque ele 'se aproximava e entendia suas dificuldades'.


Cidade do Vaticano  - O papa criticou nessa quinta-feira (26) aqueles que encaram a religião como uma fonte de “poder”, de “revolução” ou simplesmente como um culto de “mandamentos”, afastado da realidade humana.

Segundo o serviço informativo da Santa Sé, durante a homilia da missa que celebrou na Casa de Santa Marta, no Vaticano, Francisco sublinhou que a verdadeira fé não vive de “acordos com os poderes políticos ou econômicos”. Muito menos é instrumento de “revolucionários”, veículo de preceitos que subjugam o povo debaixo do seu “peso” ou um modo de vida à parte, “longe das pessoas”.
O povo não seguiu Jesus porque ele “era um fariseu casuístico moralista, um saduceu que fazia negócios políticos com poderosos, um guerreiro zelota que buscava a libertação política do seu povo, ou um monge essênio contemplativo do mosteiro”. Nenhum desses grupos “chegava às pessoas”, falava ao seu “coração”, lembrou o papa.
“O povo seguiu Jesus” – acrescentou - porque ele “se aproximava do povo e entendia suas dificuldades, não tinha vergonha de falar com os pecadores. Pelo contrário, sentia prazer em fazê-lo”, suscitava em todos “admiração, a admiração de encontrar algo de bom, de grandioso”. É por isso é que Cristo é “o Bom Pastor”, porque “falava a língua do seu povo, comunicava, dizia a verdade, as coisas de Deus: jamais as negociava! Dizia-as de tal modo que o povo amava as coisas de Deus. Por isso o povo o seguia”, realçou.
“E eu, quem é que eu gosto de seguir?”, questionou Francisco. Quem é que as pessoas hoje querem seguir, "os que falam de coisas abstratas ou de casuísticas morais; que se dizem do povo de Deus, mas não têm fé e negociam tudo com os poderes políticos, econômicos; os que querem sempre fazer coisas estranhas, destrutivas, guerras ditas de libertação, mas que no final não são os caminhos do Senhor; ou um contemplativo distante?". "Que esta pergunta nos leve à oração e nos faça pedir a Deus, ao Pai, que nos faça chegar a Jesus para segui-lo, para nos maravilharmos com aquilo que Jesus nos diz", concluiu o papa.
SIR

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