sexta-feira, 13 de junho de 2014

Um show de demência e delírios coreográficos

Cerimônia de abertura entra para a história como a mais pífia de todos os tempos.

Por Carlos Eduardo Leão*
Meus amigos, acabo de assistir à abertura da Copa. Estou extasiado com a cafonalha que se abateu sobre o Itaquerão. Um misto de incompetência, desconhecimento e demência coreográfica marcou este show de pobreza ante uma platéia estarrecida com aquelas medonhas araucárias ambulantes, com aqueles zé gotinhas que deixaram as campanhas de vacinação para formarem os nossos rios, com as vitoria-régias transformadas em pula-pula, além daquelas samambaias cada vez mais choronas pela incredulidade daquele momento.
 
O que leva alguém em sã consciência contratar uma coreógrafa belga para fazer a abertura de uma Copa do Mundo no Brasil? Só nesse país dos desmandos isso é possível. Só nesse país subserviente, que se curva aos delírios da FIFA, aliada aos interesses mais escusos e sórdidos da história das Copas, pode permitir alguma coisa como o que assistimos na mais pífia das aberturas da história do futebol mundial.
 
Vocês repararam nas dancinhas regionais? Não satisfeita com a paupérrima coreografia, Daphné Cornez, a belguinha contratada para fazer a festa, juntou gaúcho com nordestino que dançaram uma espécie de axé dos pampas criado especialmente para aquele momento. Um terror! E Pittbull e Jenifer Lopez? O que vieram fazer aqui? Aqui é o país do samba de Jorge Aragão e Arlindo Cruz, da internacionalíssima bossa-nova de João Gilberto e Gilberto Gil, do romantismo do rei Roberto Carlos e do axé de Ivete Sangalo e Claudia Leitte. Esses gringos não têm a ginga. Por mais internacionais que sejam não acrescentaram nada à festa. Que mostrem seus países quando estes forem sede. Aqui não! A hora é nossa!
 
O único momento interessante naquele festival de baranguice foi uma sósia de Dilma vestida de árbitro  que sacou um cartão vermelho e expulsou todos aqueles infelizes do campo salvando a pátria de prosseguir no vexame histórico.
 
Com tanto carnavalesco dando verdadeiros espetáculos e extraordinárias demonstrações de competência para mostrar o Brasil, é lamentável que um bando de desvalidos  e desprovidos de cultura e bom senso estejam à frente de um momento tão especial e único para um país que tanto precisa se firmar internacionalmente, principalmente para mostrar ao mundo que , apesar do PT, sobrevivemos com honra, ordem e, sobretudo, determinação para as mudanças que se avizinham.
 
Quanto ao jogo, depois daquele pênalti é possível que a teoria da conspiração possa estar se confirmando e o Brasil se consagre com o esperado Hexa. Eu não tenho medo que a nossa vitória seja o ópio dessa grande nação que irá às urnas em outubro. As homenagens à presidenta, presente ao estádio de Lula, com um insistente coro "Ei Dilma, vai tomar no...", divulgado na mídia  dos quatro cantos da Terra, é demonstração inequívoca da total insatisfação popular  mesmo diante da virada histórica.
 
A Seleção Brasileira, fraca ou forte, faz parte de nós. É um símbolo pátrio como são o hino e a bandeira. Não dá para não torcer. Ela não tem culpa da podridão dos atos e pensamentos que se apossaram do Brasil desde 2007 quando fomos escolhidos como sede. Por isso vou torcer com a paixão que inebria, com a esperança que acalma e com o amor que sublima. Ao Hexa, Brasil, minha pátria querida.
*Carlos Eduardo Leão é médico e cronista.

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