Por Pedro Olavo Simões - Diário de Notícias (Portuga)
Se olharmos para os dados existentes e percebermos que só em 2007 não houve ordenações sacerdotais na Diocese do Porto, teremos de admitir que a realidade desta circunscrição até é das melhores, em termos nacionais, mas isso não obsta a que o problema seja grande. Grosso modo, nos últimos 14 anos, um padre foi ordenado por cada três que faleceram.
Nestes momentos, a sociedade civil, chamemos-lhe assim, chama logo à liça a questão do celibato como fator inibidor de vocações sacerdotais, mas não é certo que aí esteja a chave mágica para a renovação do clero. O Papa já clarificou que não se trata de um dogma, mas não pode esperar-se que algum decreto ponha fim a essa norma regulamentar associada ao sacerdócio.
É sabido, também, que a Igreja não se rege por tempos ditados do exterior, o que não obsta a que haja sinais que permitam antever, no médio prazo, alguma abertura nesta questão. A existência de homens casados exercendo o ministério do diaconato pode ser entendida como uma espécie de tubo de ensaio.
O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, clarifica que o celibato, além de ser "uma decisão de disciplina da Igreja", é "um dom e um carisma", notando que "o Papa diz claramente: não é o "timing" de se decidir ou de se repensar essa decisão".
Certo é, até pelo que dizem os ordinandos ouvidos pelo JN, essa norma disciplinar é assumida em liberdade e, até, com entusiasmo. Não será, evidentemente, um caminho curto e pouco sinuoso.
Todavia, o problema da falta de clérigos existe. É bem real e olhado com preocupação pela Igreja. Enquanto o bispo fala na nova realidade dos diáconos permanentes, como forma de não deixar as comunidades a descoberto, o reitor do Seminário Maior do Porto, António Augusto Azevedo, admite que "a Igreja e a diocese do Porto, em particular, terá de encontrar formas de reorganização da rede de paróquias, de foranias".
Particularmente dinâmica no contexto nacional, esta instituição acolhe alunos não só da diocese do Porto, mas, também, das de Coimbra e de Vila Real (circunstância que decorre do fato de frequentarem o curso de Teologia da Universidade Católica Portuguesa). Atualmente, há 42 internos e dez em estágio pastoral, dando o último passo antes de serem ordenados.
Cinco anos de Teologia na Universidade, um sexto ano, lecionado no seminário, com cadeiras na área da pastoral, e um de estágio pastoral, vivido numa paróquia que não a de origem. A pastoral implica, agora, "vertentes novas, que têm a ver com a cultura, com a comunicação, com aspetos até de gestão e de organização, a parte social...", Como explica António Augusto Azevedo, "naturalmente que se requer a uma formação forte nos vários âmbitos, para poder corresponder aos desafios de uma sociedade de comunicação".
"O seminário espera muito destes jovens que agora vão ser ordenados", nota ainda o reitor, que, dos ordinandos, diz serem "muito ricos do ponto de vista humano": "Há todas as condições para que eles sejam uma riqueza para a Igreja e sintam que a sua vida é um dom para a Igreja".
Se olharmos para os dados existentes e percebermos que só em 2007 não houve ordenações sacerdotais na Diocese do Porto, teremos de admitir que a realidade desta circunscrição até é das melhores, em termos nacionais, mas isso não obsta a que o problema seja grande. Grosso modo, nos últimos 14 anos, um padre foi ordenado por cada três que faleceram.
Nestes momentos, a sociedade civil, chamemos-lhe assim, chama logo à liça a questão do celibato como fator inibidor de vocações sacerdotais, mas não é certo que aí esteja a chave mágica para a renovação do clero. O Papa já clarificou que não se trata de um dogma, mas não pode esperar-se que algum decreto ponha fim a essa norma regulamentar associada ao sacerdócio.
É sabido, também, que a Igreja não se rege por tempos ditados do exterior, o que não obsta a que haja sinais que permitam antever, no médio prazo, alguma abertura nesta questão. A existência de homens casados exercendo o ministério do diaconato pode ser entendida como uma espécie de tubo de ensaio.
O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, clarifica que o celibato, além de ser "uma decisão de disciplina da Igreja", é "um dom e um carisma", notando que "o Papa diz claramente: não é o "timing" de se decidir ou de se repensar essa decisão".
Certo é, até pelo que dizem os ordinandos ouvidos pelo JN, essa norma disciplinar é assumida em liberdade e, até, com entusiasmo. Não será, evidentemente, um caminho curto e pouco sinuoso.
Todavia, o problema da falta de clérigos existe. É bem real e olhado com preocupação pela Igreja. Enquanto o bispo fala na nova realidade dos diáconos permanentes, como forma de não deixar as comunidades a descoberto, o reitor do Seminário Maior do Porto, António Augusto Azevedo, admite que "a Igreja e a diocese do Porto, em particular, terá de encontrar formas de reorganização da rede de paróquias, de foranias".
Particularmente dinâmica no contexto nacional, esta instituição acolhe alunos não só da diocese do Porto, mas, também, das de Coimbra e de Vila Real (circunstância que decorre do fato de frequentarem o curso de Teologia da Universidade Católica Portuguesa). Atualmente, há 42 internos e dez em estágio pastoral, dando o último passo antes de serem ordenados.
Cinco anos de Teologia na Universidade, um sexto ano, lecionado no seminário, com cadeiras na área da pastoral, e um de estágio pastoral, vivido numa paróquia que não a de origem. A pastoral implica, agora, "vertentes novas, que têm a ver com a cultura, com a comunicação, com aspetos até de gestão e de organização, a parte social...", Como explica António Augusto Azevedo, "naturalmente que se requer a uma formação forte nos vários âmbitos, para poder corresponder aos desafios de uma sociedade de comunicação".
"O seminário espera muito destes jovens que agora vão ser ordenados", nota ainda o reitor, que, dos ordinandos, diz serem "muito ricos do ponto de vista humano": "Há todas as condições para que eles sejam uma riqueza para a Igreja e sintam que a sua vida é um dom para a Igreja".
SIR
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