terça-feira, 29 de julho de 2014

'Há diferença entre o Brasil eleitoral e o Brasil real'

Reforma política é urgente, em especial nos itens fidelidade partidária e determinação dos fundos de campanhas.

Para o escritor e colunista do DomTotal Frei Betto, "há uma enorme diferença entre o Brasil eleitoral e o Brasil real." Ele avalia que quanto mais "efeitos especiais" presentes na campanha eleitoral, mais o político sobe nos índices de pesquisas. "O bonito ganha do feio, o rico do pobre. O histriônico do tímido, o mentor de assassinos ganha daquele que defende os direitos humanos", diz em comentário realizado nesta segunda-feira (28)."As cenas na televisão têm um único objetivo, impressionar os eleitores. Será que isso não é um caso típico de propaganda enganosa? O candidato não fala o que pensa. Nem fala o que sente. Lê, em um aparelho chamado teleprompter, um texto elaborado pelos marqueteiros. Tudo soa falso: o sorriso, o tom de voz , os gestos", considera.
Levando em conta o atual cenário eleitoral, Frei Betto afirma que a reforma política é "tão urgente quanto a reforma agrária", em especial nos itens fidelidade partidária e determinação dos fundos que sustentam as campanhas.
Além disso, ele aponta que é preciso que sejam introduzidos nos horários eleitorais televisivos debates obrigatórios: "Sem maquiagem, sem teleprompter, sem gestos ensaiados. O candidato teria que dizer o que pensa e o que não pensa, regido com as suas próprias emoções e convicções."
Ele acrescenta que as grandes emissoras de TV e rádio não perdem lucro ao cederem espaços para a propaganda eleitoral, pois ganham isenção tributária correspondente ao que ganhariam com publicidade.
Rede Brasil Atual

Nenhum comentário:

Postar um comentário