Entrevista com o analista de segurança Daniel Nisman
A ofensiva de Israel contra o movimento Hamas em Gaza pode levar a uma invasão do território palestino e abrir caminho para um longo conflito.Quais são os objetivos do Hamas?
"Permanecer vivo", resume o analista de segurança Daniel Nisman, que considera que o grupo islamita está entre a cruz e a espada, alvo de enormes dificuldades financeiras e abandonado pelo Egito desde a deposição do presidente islâmico Mohamed Mursi.
O Hamas precisa de "vitórias" para ganhar a opinião pública palestina, acrescenta.
Para Mukhaimer Abu Sada, cientista político da Universidade al-Aqsa de Gaza, o grupo radical pode tentar ações cada vez mais ousadas para atingir Israel, como a infiltração de comandos ou disparos de foguetes em direção ao centro de Tel Aviv.
"O Hamas não tem nada a perder", afirmou.
Quais são os objetivos de Israel?
Ao fim, "o Hamas não pode continuar tendo meios de fabricar foguetes", resume Gilad Erdan, membro do gabinete de segurança.
Israel se prepara para manter uma campanha longa, ao contrário de sua última operação "Pilar de Defesa" contra Gaza em novembro de 2012.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pediu paciência aos israelenses.
Qual é a probabilidade de que Israel lance uma operação terrestre?
Há duas operações terrestres possíveis:
- Uma, de longa duração, consistiria em erradicar completamente a infraestrutura do Hamas na Faixa de Gaza.
- A outra, mais curta e de menor envergadura, exigida pela opinião pública, teria como objetivo enfraquecer as capacidades militares dos grupos armados em Gaza.
O cientista político Mukhaimer Abu Sada considera que o Hamas calcula "que Israel lançará uma operação terrestre limitada, já que ocupar novamente a Faixa de Gaza é praticamente impossível. O custo seria exorbitante".
Nisman acrescenta que esse tipo de ação pode ser acelerada se "um foguete cair no centro de Tel Aviv ou causar uma primeira vítima fatal em Israel".
O Hamas está pronto para um conflito de longa duração?
O Hamas, com um arsenal estimado em 10.000 mísseis, tem a capacidade de resistir durante cerca de seis semanas, segundo especialistas de defesa israelenses.
O grupo surpreendeu Israel com o disparo de foguetes em direção ao norte de Israel, a mais de 160 km de Gaza, ou seja, o ponto mais distante já alcançado por um projétil palestino.
Mas Daniel Nissan explica que aqueles mísseis de maior alcance, mais precisos, serão utilizados com moderação, enquanto, para o restante, o Hamas "tem a intenção de dispará-los sem parar".
Já Amos Gilad, conselheiro do Ministério da Defesa, considera pouco provável que o Hamas receba apoio do Hezbollah xiita libanês, sob a forma de mísseis contra Israel.
Há alguma mediação?
Todos os olhares estão voltados para o Egito, o mediador privilegiado durante as crises anteriores entre Israel e o Hamas.
"Não há uma mediação no sentido estrito da palavra", indicou à AFP o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdel Laty, que reconheceu, no entanto, a existência de contatos com os palestinos em Gaza, Ramallah e Tel Aviv, que não deram resultados.
Para Daniel Nisman, esta mediação está fadada ao fracasso, já que "o Egito de Sissi (o presidente egípcio) já disse ao Hamas na semana passada que não exerceria uma pressão excessiva sobre Israel".
Neste caso, o Hamas pode então olhar para o Catar ou para a Turquia, seus aliados, segundo Mukhaimer Abu Sada.
"Permanecer vivo", resume o analista de segurança Daniel Nisman, que considera que o grupo islamita está entre a cruz e a espada, alvo de enormes dificuldades financeiras e abandonado pelo Egito desde a deposição do presidente islâmico Mohamed Mursi.
O Hamas precisa de "vitórias" para ganhar a opinião pública palestina, acrescenta.
Para Mukhaimer Abu Sada, cientista político da Universidade al-Aqsa de Gaza, o grupo radical pode tentar ações cada vez mais ousadas para atingir Israel, como a infiltração de comandos ou disparos de foguetes em direção ao centro de Tel Aviv.
"O Hamas não tem nada a perder", afirmou.
Quais são os objetivos de Israel?
Ao fim, "o Hamas não pode continuar tendo meios de fabricar foguetes", resume Gilad Erdan, membro do gabinete de segurança.
Israel se prepara para manter uma campanha longa, ao contrário de sua última operação "Pilar de Defesa" contra Gaza em novembro de 2012.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pediu paciência aos israelenses.
Qual é a probabilidade de que Israel lance uma operação terrestre?
Há duas operações terrestres possíveis:
- Uma, de longa duração, consistiria em erradicar completamente a infraestrutura do Hamas na Faixa de Gaza.
- A outra, mais curta e de menor envergadura, exigida pela opinião pública, teria como objetivo enfraquecer as capacidades militares dos grupos armados em Gaza.
O cientista político Mukhaimer Abu Sada considera que o Hamas calcula "que Israel lançará uma operação terrestre limitada, já que ocupar novamente a Faixa de Gaza é praticamente impossível. O custo seria exorbitante".
Nisman acrescenta que esse tipo de ação pode ser acelerada se "um foguete cair no centro de Tel Aviv ou causar uma primeira vítima fatal em Israel".
O Hamas está pronto para um conflito de longa duração?
O Hamas, com um arsenal estimado em 10.000 mísseis, tem a capacidade de resistir durante cerca de seis semanas, segundo especialistas de defesa israelenses.
O grupo surpreendeu Israel com o disparo de foguetes em direção ao norte de Israel, a mais de 160 km de Gaza, ou seja, o ponto mais distante já alcançado por um projétil palestino.
Mas Daniel Nissan explica que aqueles mísseis de maior alcance, mais precisos, serão utilizados com moderação, enquanto, para o restante, o Hamas "tem a intenção de dispará-los sem parar".
Já Amos Gilad, conselheiro do Ministério da Defesa, considera pouco provável que o Hamas receba apoio do Hezbollah xiita libanês, sob a forma de mísseis contra Israel.
Há alguma mediação?
Todos os olhares estão voltados para o Egito, o mediador privilegiado durante as crises anteriores entre Israel e o Hamas.
"Não há uma mediação no sentido estrito da palavra", indicou à AFP o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdel Laty, que reconheceu, no entanto, a existência de contatos com os palestinos em Gaza, Ramallah e Tel Aviv, que não deram resultados.
Para Daniel Nisman, esta mediação está fadada ao fracasso, já que "o Egito de Sissi (o presidente egípcio) já disse ao Hamas na semana passada que não exerceria uma pressão excessiva sobre Israel".
Neste caso, o Hamas pode então olhar para o Catar ou para a Turquia, seus aliados, segundo Mukhaimer Abu Sada.
AFP
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