Faleceu neste sábado, 19 de julho, em Campinas (SP), aos 80 anos de idade, um dos maiores pensadores dos nossos tempos: o filósofo, teólogo, psicanalista, pedagogo e poeta Rubem Alves. Um agravamento da condição circulatória o levou a um quadro de falência múltipla dos orgãos resultando no óbito. Rubem estava internado ha 9 dias na UTI do Centro Médico de Campinas, por apresentar insuficiência respiratória devido à uma pneumonia.O legado que Rubem Alves deixa, principalmente no campo teológico é de imenso valor. Através da publicação da sua tese de doutorado em Teologia intitulada “Teologia da Esperança” em 1969 nos Estados Unidos, ele abriu portas importantes para a teologia Latino Americana que posteriormente seriam acessadas por outros teólogos como o peruano Gustavo Gutiérrez. De raízes protestantes, a teologia de Alves era profundamente ecumenica e contemplava esperança aos mais pobres e pequenos. Para ele, a Religião era sempre uma linguagem de Esperança.
Apaixonado defensor do humanismo na Religião, na educação e na poesia, registrou seu pensamento nas suas mais de 160 obras publicadas que ganharam destaque no Brasil e foram traduzidas em 10 idiomas. É um dos maiores expoentes da literatura brasileira atual.
Poeta de todas as horas, já vivendo as dores da sua enfermidade, registrou estas palavras:
«Sei que não me resta muito tempo! Já é crepúsculo! Não tenho medo da morte. O que sinto, na verdade, é tristeza. O mundo é muito bonito! Gostaria de ficar por aqui… Escrever é o meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores! Torço para que sejam ipês-amarelos…»
Bruno Franguelli, SJ
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