Padre Geovane Saraiva*
Jesus quer sempre nos dizer que
seus seguidores de verdade sabem ouvir sua palavra, entendendo-a e procurando
produzir bons e abundantes frutos, dizendo não a um cristianismo superficial,
numa junção perfeita entre teoria e prática. Com o desejo de obter uma bela
colheita para o Reino, transformam-se em uma terra boa, na qual é sentida a
força misteriosa da semente, que é a palavra de Deus.
São Bento, cujo seu dia foi
comemorado pela Igreja no dia 11 de julho, viveu deste modo. Aliás, Bento quer
dizer bênção, quer dizer bendizer, abençoar. Toda bênção vem de Deus, Senhor da
vida, da história e da criação e dele depende a pessoa humana, os animais, a
natureza e toda realidade que existe no universo (cf. Gn 1, 22). Bênção é considerada
como uma manifestação da força divina e que passa de pai para filho, pela
palavra transmitida e mesmo pelo gesto das mãos. Olhemos para Jesus em chamar
para si as crianças e as abençoar (cf. Mc 10, 13-16).
É por aí que devemos olhar para
São Bento. Ele nasceu em Úmbria, na Itália (480-547). Estudou na cidade eterna
e tornou-se uma figura humana extraordinária, com marcas indeléveis, a
influenciar em profundidade os destinos da humanidade. Quando escolheu o Senhor
por sua herança e sua taça, consciente estava de que lhe coubera por sorte uma
boa parte; sim, o mais belo e o que há de mais maravilhoso, a eternidade (cf.
Sl 16, 5).
Bento vai para a gruta de Subiaco,
reunindo um grupo de fiéis seguidores, com os quais nutre o ideal da vivência
do Evangelho, fazendo uma rica experiência do amor de Deus, indo mais tarde
para o Monte Cassino. Não existia até então na Europa, ao contrário do Oriente,
instituições com uma força mística dessa natureza. São Bento sentiu-se
inspirado e motivado para a contemplação e o tempo vivido na solidão naquele
lugar apropriado e sagrado; Subiaco foi imprescindível e fundamental
no seu projeto de vida, tudo, à luz da Palavra de Deus.
São Bento deixou para trás sua
casa, seus bens e sua família, com uma única vontade: experimentar e fazer a
vontade de Deus, buscando um estilo de vida e de santidade, pela oração e pelo
trabalho, tanto que escolheu como lema: “ora et labora”, tornando-se um cristão
por excelência, na compreensão grandiosa e incomensurável da Palavra de Deus, convicto
de que a mesma tinha que ser vivida em profundidade e em comunidade.
O Monte Cassino foi o local
sagrado e de fato próximo da glória de Deus. Lá ele construiu o histórico
mosteiro de são bento e escreveu a sua regra de vida, difundida em muitos países
da Europa, valendo--lhe o título de patriarca do monaquismo do Ocidente.
“Ó Deus, que fizestes o abade São Bento preclaro mestre na escola do
vosso serviço, concedei que, nada preferindo ao vosso amor, corramos de coração
dilatado no caminho dos vossos mandamentos” (Missal Romano, p. 616).
No cume de um lugar santo e
abençoado, lugar de Deus, edificou um mosteiro (cf. Mt 5, 1ss), considerado um
centro de irradiação da vida monástica, na contemplação, na oração e na
meditação, realizando o sonho ideal da vida consagrada, vivendo em comunidade a
Palavra de Deus, sob o comando de um mestre espiritual, o abade. Esse jeito de
viver cresceu de tal modo, que duzentos anos mais tarde, a regra São Bento
vigorava plenamente em toda a Europa, eliminando praticamente todas as demais
formas de vida consagrada.
São Bento foi e continua sendo uma
bênção e um patrimônio para todos nós cristãos. Que ele nos inspire, na nossa
realidade atual, com seus desafios e suas exigências, à uma vida cristã, com
equilíbrio, conscientes de que somos chamados, através do trabalho e da
contemplação da Palavra de Deus, a encontrar Jesus, nosso Mestre e Senhor. Numa
palavra, colocar na nossa mente e no nosso coração o lema de Bento de Núrsia: –
“ora et labora”. Assim seja!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, colunista, blogueiro,
membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras
dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência
Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com
Jesus quer sempre nos dizer que
seus seguidores de verdade sabem ouvir sua palavra, entendendo-a e procurando
produzir bons e abundantes frutos, dizendo não a um cristianismo superficial,
numa junção perfeita entre teoria e prática. Com o desejo de obter uma bela
colheita para o Reino, transformam-se em uma terra boa, na qual é sentida a
força misteriosa da semente, que é a palavra de Deus.

É por aí que devemos olhar para
São Bento. Ele nasceu em Úmbria, na Itália (480-547). Estudou na cidade eterna
e tornou-se uma figura humana extraordinária, com marcas indeléveis, a
influenciar em profundidade os destinos da humanidade. Quando escolheu o Senhor
por sua herança e sua taça, consciente estava de que lhe coubera por sorte uma
boa parte; sim, o mais belo e o que há de mais maravilhoso, a eternidade (cf.
Sl 16, 5).
Bento vai para a gruta de Subiaco,
reunindo um grupo de fiéis seguidores, com os quais nutre o ideal da vivência
do Evangelho, fazendo uma rica experiência do amor de Deus, indo mais tarde
para o Monte Cassino. Não existia até então na Europa, ao contrário do Oriente,
instituições com uma força mística dessa natureza. São Bento sentiu-se
inspirado e motivado para a contemplação e o tempo vivido na solidão naquele
lugar apropriado e sagrado; Subiaco foi imprescindível e fundamental
no seu projeto de vida, tudo, à luz da Palavra de Deus.
São Bento deixou para trás sua
casa, seus bens e sua família, com uma única vontade: experimentar e fazer a
vontade de Deus, buscando um estilo de vida e de santidade, pela oração e pelo
trabalho, tanto que escolheu como lema: “ora et labora”, tornando-se um cristão
por excelência, na compreensão grandiosa e incomensurável da Palavra de Deus, convicto
de que a mesma tinha que ser vivida em profundidade e em comunidade.
O Monte Cassino foi o local
sagrado e de fato próximo da glória de Deus. Lá ele construiu o histórico
mosteiro de são bento e escreveu a sua regra de vida, difundida em muitos países
da Europa, valendo--lhe o título de patriarca do monaquismo do Ocidente.
“Ó Deus, que fizestes o abade São Bento preclaro mestre na escola do
vosso serviço, concedei que, nada preferindo ao vosso amor, corramos de coração
dilatado no caminho dos vossos mandamentos” (Missal Romano, p. 616).
No cume de um lugar santo e
abençoado, lugar de Deus, edificou um mosteiro (cf. Mt 5, 1ss), considerado um
centro de irradiação da vida monástica, na contemplação, na oração e na
meditação, realizando o sonho ideal da vida consagrada, vivendo em comunidade a
Palavra de Deus, sob o comando de um mestre espiritual, o abade. Esse jeito de
viver cresceu de tal modo, que duzentos anos mais tarde, a regra São Bento
vigorava plenamente em toda a Europa, eliminando praticamente todas as demais
formas de vida consagrada.
São Bento foi e continua sendo uma
bênção e um patrimônio para todos nós cristãos. Que ele nos inspire, na nossa
realidade atual, com seus desafios e suas exigências, à uma vida cristã, com
equilíbrio, conscientes de que somos chamados, através do trabalho e da
contemplação da Palavra de Deus, a encontrar Jesus, nosso Mestre e Senhor. Numa
palavra, colocar na nossa mente e no nosso coração o lema de Bento de Núrsia: –
“ora et labora”. Assim seja!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, colunista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com
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