terça-feira, 15 de julho de 2014

Um apelo a Lionel Messi

O que os cartolas argentinos fizeram com o melhor jogador do mundo Lionel Messi?

Por Lev Chaim*

Foi a pergunta que mais se fez na Holanda e na Europa: o que os cartolas argentinos fizeram com o melhor jogador do mundo Lionel Messi? Quanto a vitória da Alemanha na Copa ninguém tem dúvidas. Mas quanto ao troféu do melhor jogador do torneio dado ao argentino-catalão Messi, ninguém concorda. Antes dele, tínhamos que levar em consideração o colombiano James Rodriguez, o alemão Thomas Muller ou mesmo o holandês Arjen Robben.

O que mais chamou a atenção de todos, aqui na Europa, foi o estado catatônico de Messi durante o jogo e depois, dando a impressão de um duende surdo e mudo, incapacitado de qualquer outra expressão a não ser a de assustado com um fantasma qualquer. Messi é um mestre com a bola, mas os argentinos o desqualificaram, exigindo-lhe que imitasse Maradona. Só posso imaginar isto.

Não estou, absolutamente, a dizer que Maradona não era um craque. Digo sim, que Messi é superior a Maradona, com a vantagem de não ter a expressão circense que acompanha este último, fora e dentro do campo. Só a chegada de Maradona no Galeão para assistir à final da copa no Rio, com o gesto nos dedos dos gols que a Alemanha havia feito no jogo com o Brasil, acompanhado dos jornalistas argentinos, já mostrou tudo – uma falta total de postura, para não dizer caráter.

Messi é um lorde quando comparado a Maradona. Nada de querer reviver o mito do “palhaço velhinho”. Só podia ter dado no que deu: Messi se mostrou totalmente falho neste papel, o que até mesmo influenciou a sua atuação em campo. Até os seus gestos implorando ao juiz pela “falta” que não existiu soaram profanos e caricatos, como uma cópia mal feita de um filme de Harry Potter.

A Argentina de Cristina Kirchner e dos cartolas da Federação Argentina de Futebol fizeram uma metamorfose em Messi que o deixou paralisado e irreconhecível a todos os seus fãs em todo o mundo. Até parecia que ele, no último momento, em que voltou dos camarotes oficiais, após o prêmio de o melhor jogador do torneio, havia dado por si desta farsa toda e sentiu-se ainda pior.

Talvez aí esteja a explicação dele não ter se juntado aos outros argentinos, para passar entre os jogadores alemães que os aplaudiam, antes de subirem às tribunas oficiais, para receberem as medalhas de prata, de segundo lugar da Copa. Bufões transformaram o craque da bola em personagem de comédia trágica. Quando voltar à Barcelona Messi, por favor, esqueça a Argentina. Ela nunca lhe deu nada de bom. Tchau e até a próxima terça.
*Lev Chaim é jornalista, colunista, publicista da Fala Brasil e trabalhou 20 anos para a Radio Internacional da Holanda, país onde mora até hoje. Ele escreve todas as terças-feiras para o Dom Total.

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