Carta para Congregação da Causa dos Santos é primeiro passo do processo anunciado por Dom Fernando Saburido nesta terça
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Ele assinou a carta a ser encaminhada à Congregação da Causa dos Santos, pedindo autorização para dar início ao processo de canonização do chamado Dom da Paz, como o religioso era mais conhecido. O arcebispo informou que tão logo chegue a resposta, a Arquidiocese constituirá uma comissão que vai ficar à frente do trabalho da análise de documentos que servirão de subsídios para fortalecer a indicação. Um dos mais religiosos mais perseguidos pelo regime militar implantado em 1964, Dom Hélder fez opção pelos pobres e era um dos mais notáveis seguidores da Teologia da Libertação. Durante sua gestão, a Arquidiocese funcionou como foco de resistência à ditadura, e usava a Comissão de Justiça e Paz como principal instrumento para denunciar as arbitrariedades do regime, inclusive as torturas praticadas.
Na época, a simples menção ao nome do Dom era proibida pela Censura do regime, e o porta-voz da Arquidiocese passou a ser o bispo auxiliar, Dom José Lamartine Soares. À imprensa, local e nacional, era vetada a publicação do nome do arcebispo.
- Dom Hélder é um nome internacional e nacional. Era uma pessoa de muitas virtudes. Vai ser um modelo de determinação, de compromisso com os pobres. Os santos têm esse perfil, de motivar a comunidade e viver o Evangelho, e ele viveu plenamente o Evangelho. Havendo o reconhecimento dele como santo, vai ser uma coisa boa para a Igreja e para a sociedade por Dom Hélder - disse ele.
Saburido anunciou a recriação da Comissão de Justiça e Paz, instituída por Dom Hélder em 1968, e extinta em 1985, pelo seu sucessor, Dom José Cardoso, que seguia a linha mais conservadora da Igreja Católica. O pedido para abertura do processo que pode transformar Dom Hélder em santo foi anunciado em reunião da Comissão Estadual da Memória e da Verdade de Pernambuco, que anunciou conclusão da investigação do caso Padre Antônio Henrique Pereira, que foi assassinado durante a ditadura, quando era assessor do arcebispo. Dom Hélder morreu há quinze anos.
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