Os dois lados do conflito Israel-Gaza se utilizam de fortes argumentos para ofensivas.
Por Richard Furst*
Fronteira Israel-Gaza - A culpa é dos judeus. E dos cristãos. Calma! É que na tradição judaico-cristã a culpa tem lugar de destaque já nos primeiros capítulos de Gênesis, texto sagrado comum àquelas duas religiões, Adão e Eva cometem o "pecado original" e por isso são expulsos do Paraíso. Assim, a história do homem começa com uma culpa, de desobediência a Deus.
Sem entrar no mérito da origem histórica da 'palavra', o fato é que culpa é usado para designar o sentimento moral, que parece ter saído de jogo há anos nesta disputa.
"Convoco os habitantes de Gaza para evacuar imediatamente todos os locais a partir dos quais o Hamas está realizando atividade terrorista. Cada um desses lugares é um alvo para nós", disse neste domingo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deixando entrever que a atual ofensiva militar contra a Faixa de Gaza se prolongará por vários dias, já que Israel não conseguiu ainda seus objetivos.
Neste caso, a culpa está nos dois lados da fronteira nesta região do Oriente Médio. Primeiro, porque antes dos palestinos, judeus habitavam no território nos tempos bíblicos -- com demarcações de fronteira completamente diferentes.
Outro motivo são as bases de lançamento de foguetes de Gaza em direção às cidades israelenses. Porém, o Estado judeu também reforça armamento para lançamento de fogo em direção ao território isolado.
'Bibi' Netanyahu alertou civis palestinos para que sair imediatamente de qualquer local onde militantes do Hamas, grupo que controla Gaza, estejam operando. Fugir em qual direção? Um dia depois de Israel levar a guerra a um novo patamar atacando um edifício de apartamentos de 13 andares, uma palestina escreve para mim dizendo que duas pessoas morreram na frente da casa dela em um dos 'novos' ataques. "Não faço ideia para onde iremos", desabafou comigo a árabe.
"Em um dia, o Hamas matou pelo menos 19 pessoas. 18 deles eram palestinos de Gaza, incluindo duas mulheres. Outra vítima foi um menino israelense de quatro anos. Para quem quer entender o cinismo desta organização: rotulam a execução pública de seu próprio povo como “operação enforcamento de pescoços", comentou comigo um jovem israelense de Tel Aviv na última semana.
É que depende de onde você está: nos territórios palestinos, em Israel ou onde seja. Já a guerra não para.
Sem se importar com a violência, a tônica é apontar fraquezas e mostrar resistência.
Fronteira Israel-Gaza - A culpa é dos judeus. E dos cristãos. Calma! É que na tradição judaico-cristã a culpa tem lugar de destaque já nos primeiros capítulos de Gênesis, texto sagrado comum àquelas duas religiões, Adão e Eva cometem o "pecado original" e por isso são expulsos do Paraíso. Assim, a história do homem começa com uma culpa, de desobediência a Deus.
Sem entrar no mérito da origem histórica da 'palavra', o fato é que culpa é usado para designar o sentimento moral, que parece ter saído de jogo há anos nesta disputa.
"Convoco os habitantes de Gaza para evacuar imediatamente todos os locais a partir dos quais o Hamas está realizando atividade terrorista. Cada um desses lugares é um alvo para nós", disse neste domingo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deixando entrever que a atual ofensiva militar contra a Faixa de Gaza se prolongará por vários dias, já que Israel não conseguiu ainda seus objetivos.
Neste caso, a culpa está nos dois lados da fronteira nesta região do Oriente Médio. Primeiro, porque antes dos palestinos, judeus habitavam no território nos tempos bíblicos -- com demarcações de fronteira completamente diferentes.
Outro motivo são as bases de lançamento de foguetes de Gaza em direção às cidades israelenses. Porém, o Estado judeu também reforça armamento para lançamento de fogo em direção ao território isolado.
'Bibi' Netanyahu alertou civis palestinos para que sair imediatamente de qualquer local onde militantes do Hamas, grupo que controla Gaza, estejam operando. Fugir em qual direção? Um dia depois de Israel levar a guerra a um novo patamar atacando um edifício de apartamentos de 13 andares, uma palestina escreve para mim dizendo que duas pessoas morreram na frente da casa dela em um dos 'novos' ataques. "Não faço ideia para onde iremos", desabafou comigo a árabe.
"Em um dia, o Hamas matou pelo menos 19 pessoas. 18 deles eram palestinos de Gaza, incluindo duas mulheres. Outra vítima foi um menino israelense de quatro anos. Para quem quer entender o cinismo desta organização: rotulam a execução pública de seu próprio povo como “operação enforcamento de pescoços", comentou comigo um jovem israelense de Tel Aviv na última semana.
É que depende de onde você está: nos territórios palestinos, em Israel ou onde seja. Já a guerra não para.
Sem se importar com a violência, a tônica é apontar fraquezas e mostrar resistência.
*Richard Furst é jornalista e mora em Jerusalem.
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