Talvez minha mensagem lhe caia bem com o céu a lhe desenhar dúvidas na mente.
Por Ricardo Soares*
Bom dia. Não sei quantos dias de sol você já teve em sua vida e nem quantas vidas se deleitaram com um dia de sol. Também não faço ideia de quanto já se escreveu sobre um dia de sol e nem se o sol é essa usina de vitamina E que me garantiu ser um dia uma simpática professora de meia idade lá na Serra do Roncador enquanto sentava-se numa pedra molhada, ao lado de uma cachoeira, com o sol lhe batendo na cara.
Escrevo sob o sol, sentado numa cadeira de praia, no gramadinho do lado externo de casa aproveitando a maravilha da tecnologia que me permite conexão sem fio fora do escritório. Todo mundo clama que o dia é lindo e é preciso aproveitar, sair por aí, andar, pedalar. Aquela velha imposição de que é preciso ser feliz mesmo com tantas intempéries. Nosso mundo regurgita os infelizes e eu não vou aqui desafinar o coro dos contentes num dia de sol.
Talvez minha mensagem, um arremedo de otimismo, lhe caia bem nessa segunda- feira ainda mais se o tempo em sua cidade estiver bonito, céu com poucas nuvens ou nuvem alguma a lhe desenhar dúvidas na mente. Espero que nada nuble seu dia e que não se deixe levar pelos maus humores que nos pegam no pé assim que pomos os pés para fora da cama. Não se contamine pelo baixo nível do debate eleitoral que sequer começou. Não fique desolado com a péssima educação dos seus vizinhos e nem com os que furam filas se achando senhores da razão. Não se aborreça com deputados canalhas, com magistrados lavados na presunção, com articulistas analfabetos querendo nos impor razão e ressentimentos.
O mais difícil mesmo é manter um dia de sol dentro da gente. Fazer o calorzinho gostoso fluir pelas veias, descongelar nossas mágoas, aquecer o coração que necessita de dar e pedir perdão. Fico aqui assustado com essa pequena tendência solar em querer praticar autoajuda. Mas também, fazer o que? Estou tentando viver meu dia de dimensão paralela. Uma dimensão onde assassinos não matam crianças em Gaza, onde policias não executam pichadores e negros pobres, onde ruralistas respeitam os direitos indígenas e onde o sol nasce para todos. Porque esse é o princípio de tudo.
Bom dia. Não sei quantos dias de sol você já teve em sua vida e nem quantas vidas se deleitaram com um dia de sol. Também não faço ideia de quanto já se escreveu sobre um dia de sol e nem se o sol é essa usina de vitamina E que me garantiu ser um dia uma simpática professora de meia idade lá na Serra do Roncador enquanto sentava-se numa pedra molhada, ao lado de uma cachoeira, com o sol lhe batendo na cara.
Escrevo sob o sol, sentado numa cadeira de praia, no gramadinho do lado externo de casa aproveitando a maravilha da tecnologia que me permite conexão sem fio fora do escritório. Todo mundo clama que o dia é lindo e é preciso aproveitar, sair por aí, andar, pedalar. Aquela velha imposição de que é preciso ser feliz mesmo com tantas intempéries. Nosso mundo regurgita os infelizes e eu não vou aqui desafinar o coro dos contentes num dia de sol.
Talvez minha mensagem, um arremedo de otimismo, lhe caia bem nessa segunda- feira ainda mais se o tempo em sua cidade estiver bonito, céu com poucas nuvens ou nuvem alguma a lhe desenhar dúvidas na mente. Espero que nada nuble seu dia e que não se deixe levar pelos maus humores que nos pegam no pé assim que pomos os pés para fora da cama. Não se contamine pelo baixo nível do debate eleitoral que sequer começou. Não fique desolado com a péssima educação dos seus vizinhos e nem com os que furam filas se achando senhores da razão. Não se aborreça com deputados canalhas, com magistrados lavados na presunção, com articulistas analfabetos querendo nos impor razão e ressentimentos.
O mais difícil mesmo é manter um dia de sol dentro da gente. Fazer o calorzinho gostoso fluir pelas veias, descongelar nossas mágoas, aquecer o coração que necessita de dar e pedir perdão. Fico aqui assustado com essa pequena tendência solar em querer praticar autoajuda. Mas também, fazer o que? Estou tentando viver meu dia de dimensão paralela. Uma dimensão onde assassinos não matam crianças em Gaza, onde policias não executam pichadores e negros pobres, onde ruralistas respeitam os direitos indígenas e onde o sol nasce para todos. Porque esse é o princípio de tudo.
* Ricardo Soares é diretor de TV, escritor, roteirista e jornalista. Titular do blog Todo Prosa (www.todoprosa.blogspot.com) e autor, entre outros, dos livros Cinevertigem, Valentão e Falta de Ar. Atualmente diretor de Conteúdo e programação da EBC- Empresa Brasil de Comunicação.
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