Padre Geovane
Saraiva*
O sacerdote é
seguidor e discípulo de Jesus de Nazaré e com uma única alternativa: “Não
adianta nada sermos bispos, cardeais ou papa se não formos discípulos do
Senhor”. A partir da teologia, no sacerdote encontra-se a vida da Igreja,
Sacramento de Cristo, no seu sentido misterioso, como a própria palavra
expressa, vida do corpo místico de Cristo, oferecida pelo próprio Cristo, pelas
mãos do sacerdote, ungidas das graças divinas. No grau mais elevado, o
sacerdote é chamado a exercer a caridade fraterna, quando administra os
sacramentos, tornando-se servidor da humanidade.
O exemplo maior
e mais elevado vem do Sumo Pontífice, o Papa Francisco, ao realizar agora o seu
sonho de missionário, impossível quando jovem sacerdote, junto ao povo coreano,
nestas palavras digeridas aos jovens (15/08/2014): "Que vocês, jovens,
possam combater o fascínio de um materialismo que sufoca os valores culturais e
espirituais autênticos e se afastem do espírito de competição desenfreada que
gera egoísmo e conflito", no sermão o Santo Padre também disse. "Que
vocês também rejeitem os modelos econômicos desumanos que criam novas formas de
pobreza e marginaliza os trabalhadores", num ato de ternura, compaixão e
solidariedade para com aqueles que carregam o estigma do sofrimento, numa
sociedade de crucificados.
Na Missa
conclusiva da VI Jornada Asiática da Juventude (em 17/08/2014), como o Papa
Francisco soube encantar os povos da Ásia e do mundo inteiro: “Jovens da Ásia,
vocês são herdeiros de um grande testemunho, de uma preciosa confissão de fé em
Cristo. Ele é a luz do mundo, a luz da nossa vida! Os mártires da Coreia, e
tantos outros da Ásia, sacrificaram suas vidas ao Senhor, dando-nos testemunho
de que a luz da verdade de Cristo afugenta todas as trevas e o amor de Cristo
triunfa glorioso. Cientes da sua vitória sobre a morte, vocês podem enfrentar o
desafio de ser seus discípulos, hoje, nas situações de vida em que vivemos e no
nosso tempo”.
Francisco, nas
suas iniciativas, pensamentos, atitudes e gestos concretos, passa para as
pessoas de boa vontade, de um modo didático e pedagógico, a importância da fé
como realidade inesgotável: “Quando nosso coração é uma terra boa que acolhe a
palavra de Deus, quando se sua a camisa, procurando viver como cristãos, nós
experimentamos algo maravilhoso: Nunca estamos sozinhos!”. Na Coreia ele nos
ensina a importância da caridade na vida de fé e a viver em uma sociedade,
onde, por um lado, há imensas riquezas, e, por outro, cresce silenciosamente
uma grande pobreza; uma sociedade que raramente ouve o grito dos pobres, onde
Cristo continua a nos convidar a amá-lo e a servi-lo nos nossos irmãos e irmãs
necessitados. Dele também aprendamos nesta afirmação: “Deus nos ama. Não
devemos ter medo de amá-lo. A fé se professa com a boca e com o coração, com a
palavra e com o amor”. Assim seja!
*Padre
da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, colunista, blogueiro, membro da
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos
Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal
- Pároco de Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com
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