terça-feira, 5 de agosto de 2014

Fome e homicídio matam mais que mísseis

Por ano, no Brasil, 60 mil pessoas morrem assassinadas, 164 por dia.

Por Lev Chaim*

Contem comigo: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Seis segundos: o tempo suficiente para uma criança morrer de fome no mundo. A cada minuto: 11 crianças. A cada hora: 600. A cada dia: 15 mil. A cada ano: 5,6 milhões de crianças. Não são fatos que aparecem nas manchetes dos jornais e da TV, mas, infelizmente, uma realidade.

Acima são dados que podem ser encontrados teclando as palavras fome, subnutrição, crianças, entre outros vocábulos do gênero. Eu os encontrei no site do Global Basic Income Foundation. Quando li tudo isto, senti vergonha deste meu mundo. Podem imaginar o sofrimento dos pais dessas crianças?

Fome também mata adultos, mas principalmente crianças. E já que estamos dentro do assunto, caso ainda não saibam, fome e homicídios são as maiores causas de mortes em todo o mundo, bem mais do que conflitos armados.

Segundo dados publicados na imprensa brasileira no dia 24 de julho de 2014 (UOL), que recebi de um amigo, o Brasil, em um período de 4 anos, tem mais homicídios do que os 12 maiores conflitos em todo o mundo.

Segundo o relatório do mapa da violência, em quatro anos, morrem no Brasil cerca de 206 mil vítimas de homicídios - muito mais que as 170 mil computadas em confrontos armados em países como o Iraque, Sudão, Afeganistão, Colômbia, República Democrática do Congo, Sri Lanka, Índia, Somália, Nepal, Cachemira, Paquistão e Israel/Gaza. 

Se quiseram outro ângulo, vamos lá. Por ano no Brasil, 60 mil pessoas morrem assassinadas, 164 por dia. E a cada 43 horas morrem 298 pessoas, o equivalente ao número de vítimas do avião abatido da Malásia Airlines pelo míssil perdido, provavelmente dos separatistas ucranianos, armados por Vladimir Putin.

E se ainda não se convenceram de que o Brasil esteja mesmo em guerra, leiam mais esta: a cada 38 horas são assassinadas 260 pessoas, o equivalente ao total de palestinos mortos em 11 de dias de conflito em Gaza.

Quando muita gente se esperneia, dizendo que Israel está promovendo um “genocídio” em Gaza ( desculpe-me por usar esta palavra, pois foi assim mesmo que alguns disseram),  eu diria: Israel está apenas defendendo o seu direito de existir no mundo e defendendo os seus cidadãos dos mísseis inimigos.

E o Brasil, e o governo brasileiro? O que ele está fazendo para defender o direito dos brasileiros de terem uma vida normal dentro do país? Aliás, não temos Hamas dentro do nosso território não é mesmo? Com as cifras das crianças morrendo de fome, fico tristíssimo e aflito. Com as cifras dos homicídios no Brasil, fico bravo, indignado.

O que pensar dessas cifras colossais de homicídios num país que, oficialmente, não está em guerra? O PT vende ao mundo a ideia de que tirou milhões de brasileiros da pobreza, quando na verdade, ao que tudo parece indicar, ele apenas deu uma esmola aos pobres, para que eles se tornassem consumidores, se endividassem a prazo e garantir votos para o partido.

Neste pacote petista não foi incluído o aumento do nível de escolaridade do brasileiro e nem lições e exemplos de civilidade, onde se recorda a todos que conflitos se resolvem na justiça e não na ponta da faca ou na ponta do gatilho.    

Quando estive no Brasil em fevereiro deste ano (2014), já tinha lido algo parecido. Estava no hospital com a minha irmã que havia sido operada. Enquanto esperava fora da UTI, que ela fosse medicada, matutava o assunto com uma pergunta que me deixava espantado: estaria o Brasil em guerra e ninguém havia me avisado?  Tchau e até a próxima terça-feira.
*Lev Chaim é jornalista, colunista, publicista da FalaBrasil e trabalhou mais de 20 anos para a Rádio Internacional da Holanda, país onde mora até hoje. Ele escreve todos as terças-feiras para o DomTotal.

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