Cidade do Vaticano (RV) - Iniciaram-se na manhã desta sexta-feira na cidade de Assis, situada na região italiana da Úmbria, as celebrações da Festa do Perdão, que este ano tem como intenção de oração particular o fim da guerra e das hostilidades na Terra Santa. Até a meia-noite deste sábado será possível obter a Indulgência da Porciúncula em todas as igrejas paroquiais e franciscanas do mundo após terem confessado, participado de uma celebração eucarística, recitado um Credo, um Pai-Nosso e uma oração segundo as intenções do Papa. Os jovens participantes da caminhada franciscana chegarão neste sábado a Assis. A Rádio Vaticano entrevistou o Ministro-Geral dos Frades Menores, Frei Michael Perry. Eis o que disse:
Frei Michael Perry:- "Trata-se de uma celebração do amor sem limites da misericórdia de Deus; um Deus que não cessa de chamar-nos à comunhão com Ele, de uns com os outros e com toda a Criação. É importante recordar aquilo que São Paulo nos disse na II Carta aos Coríntios: fomos batizados em Cristo e isso significa tornar-se uma nova criatura e, sendo uma nova criatura, nós cristãos somos chamados a discípulos e "co-missionários". Como Cristo somos chamados a tornar-nos ministros da reconciliação, da misericórdia e da paz de Cristo para o mundo inteiro. Creio que também São Francisco em sua vida tenha vivido muitas experiências de discórdia inclusive entre os frades menores, na Igreja e no mundo. Por isso Francisco quis celebrar e recordar aquilo que é o essencial da nossa vida em Cristo, na Igreja e no mundo, em seu tempo, mas também para nós hoje."
RV: O Papa jamais se cansa de falar ao mundo sobre a misericórdia de Deus, em sintonia com aquele "Quero enviar-vos todos ao Paraíso", pronunciado por São Francisco e que é subjacente a essa solenidade do Perdão...
Frei Michael Perry:- "Creio que esta festa nos dê também um sentido do futuro: somos limitados a este mundo, temos um olhar que se limita às experiências do mundo de hoje – o sofrimento, a violência –, mas temos uma vocação muito mais ampla, ligada ao plano de Deus para nós, para o mundo, para a Criação... O futuro que nos aguarda é um futuro de esperança e não de desespero; um futuro de alegria e não de miséria."
RV: Pensando nas muitas frentes de guerra hoje abertas, o que o perdão nos diz?
Frei Michael Perry:- "O Perdão de Assis pode falar-nos da situação no mundo inteiro, nas zonas em guerra como a Síria, Líbia, Sudão do Sul, Ucrânia, a Terra Santa, a República Democrática do Congo, mas também nas grandes cidades dos EUA, do México, do mundo inteiro. Essa festa nos fala, nos convida e nos provoca hoje a pensar e repensar o plano de Deus para o presente e para o futuro."
RV: Vivemos numa sociedade que está perdendo o sentido do pecado, talvez, hoje, mais propensa à opressão de um sentido de culpa e, portanto, mais inclinada ao desespero; situação essa que se distancia da mensagem evangélica. Essa sociedade sente necessidade do perdão?
Frei Michael Perry:- "Os jovens que participam da caminhada franciscana – da Itália, Alemanha, França, Espanha, Eslováquia, Suíça, Croácia e de outras partes da Europa –, todos eles estão buscando a segurança da presença de Deus, porque há uma angústia entre os jovens hoje. Creio que o Perdão de Assis possa tocar e entrar neste espaço vazio e preenchê-lo com a misericórdia, a alegria, a presença e a segurança que Deus está sempre presente em nossa vida."
RV: É importante redescobrir-se pecadores, sem ter medo de redescobrir-se tais para abrir-se ao abraço misericordioso...
Frei Michael Perry:- "Com certeza. São Francisco começou assim, dizendo: "sou o maior pecador entre todos". Reconhecendo isso nos abrimos, do contrário permanecemos fechados em nosso pequeno mundo, em nossas pequenas mentalidades e em nossos pecados."
RV: Para concluir, quais são seus votos para esta solenidade do Perdão de Assis 2014?
Frei Michael Perry:- "Meus votos são os seguintes: Senhor, fazei de nós um instrumento de Vossa paz. Onde houver ódio que levemos o amor, o perdão, que levemos a união, a fé, a esperança, a alegria e a luz para cada um de nós, para o mundo e também para a Criação hoje." (RL)
Rádio Vaticano
Frei Michael Perry:- "Trata-se de uma celebração do amor sem limites da misericórdia de Deus; um Deus que não cessa de chamar-nos à comunhão com Ele, de uns com os outros e com toda a Criação. É importante recordar aquilo que São Paulo nos disse na II Carta aos Coríntios: fomos batizados em Cristo e isso significa tornar-se uma nova criatura e, sendo uma nova criatura, nós cristãos somos chamados a discípulos e "co-missionários". Como Cristo somos chamados a tornar-nos ministros da reconciliação, da misericórdia e da paz de Cristo para o mundo inteiro. Creio que também São Francisco em sua vida tenha vivido muitas experiências de discórdia inclusive entre os frades menores, na Igreja e no mundo. Por isso Francisco quis celebrar e recordar aquilo que é o essencial da nossa vida em Cristo, na Igreja e no mundo, em seu tempo, mas também para nós hoje."
RV: O Papa jamais se cansa de falar ao mundo sobre a misericórdia de Deus, em sintonia com aquele "Quero enviar-vos todos ao Paraíso", pronunciado por São Francisco e que é subjacente a essa solenidade do Perdão...
Frei Michael Perry:- "Creio que esta festa nos dê também um sentido do futuro: somos limitados a este mundo, temos um olhar que se limita às experiências do mundo de hoje – o sofrimento, a violência –, mas temos uma vocação muito mais ampla, ligada ao plano de Deus para nós, para o mundo, para a Criação... O futuro que nos aguarda é um futuro de esperança e não de desespero; um futuro de alegria e não de miséria."
RV: Pensando nas muitas frentes de guerra hoje abertas, o que o perdão nos diz?
Frei Michael Perry:- "O Perdão de Assis pode falar-nos da situação no mundo inteiro, nas zonas em guerra como a Síria, Líbia, Sudão do Sul, Ucrânia, a Terra Santa, a República Democrática do Congo, mas também nas grandes cidades dos EUA, do México, do mundo inteiro. Essa festa nos fala, nos convida e nos provoca hoje a pensar e repensar o plano de Deus para o presente e para o futuro."
RV: Vivemos numa sociedade que está perdendo o sentido do pecado, talvez, hoje, mais propensa à opressão de um sentido de culpa e, portanto, mais inclinada ao desespero; situação essa que se distancia da mensagem evangélica. Essa sociedade sente necessidade do perdão?
Frei Michael Perry:- "Os jovens que participam da caminhada franciscana – da Itália, Alemanha, França, Espanha, Eslováquia, Suíça, Croácia e de outras partes da Europa –, todos eles estão buscando a segurança da presença de Deus, porque há uma angústia entre os jovens hoje. Creio que o Perdão de Assis possa tocar e entrar neste espaço vazio e preenchê-lo com a misericórdia, a alegria, a presença e a segurança que Deus está sempre presente em nossa vida."
RV: É importante redescobrir-se pecadores, sem ter medo de redescobrir-se tais para abrir-se ao abraço misericordioso...
Frei Michael Perry:- "Com certeza. São Francisco começou assim, dizendo: "sou o maior pecador entre todos". Reconhecendo isso nos abrimos, do contrário permanecemos fechados em nosso pequeno mundo, em nossas pequenas mentalidades e em nossos pecados."
RV: Para concluir, quais são seus votos para esta solenidade do Perdão de Assis 2014?
Frei Michael Perry:- "Meus votos são os seguintes: Senhor, fazei de nós um instrumento de Vossa paz. Onde houver ódio que levemos o amor, o perdão, que levemos a união, a fé, a esperança, a alegria e a luz para cada um de nós, para o mundo e também para a Criação hoje." (RL)
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