Padre Geovane Saraiva*
A fé no
seu sentido mais amplo é a nossa grande e maior riqueza; é o abandono total de
cada pessoa nas mãos de Deus, entregando nossos destinos aos destinos do nosso
Deus, infinitamente bom. Francisco de
Assis, depois de descobrir o enorme amor de Deus, insondavelmente se perguntou:
“Quem sou eu, quem sois Vós? Uma noite toda foi insuficiente para saborear esta
realidade tão grande. Francisco embeveceu-se no amor divino. A transcendência
de Deus manifestando-se na imanência da Encarnação encantou seu coração. Mais e
mais ele se extasiava diante do Bom Senhor, do Altíssimo, do Sumo Bem, do Único
Bem, de todo o Bem. E o que sentia ia-se tornando oração. Convém ler e meditar
as orações que brotaram, espontâneas, desta alma toda repleta da imensa
misericórdia do Senhor” (Os Fioretti de São Francisco de Assis).
Pensando
em uma vida com maior encanto na face da terra, no seu sentido mais largo e
profundo, é que o nosso querido Papa Francisco está trabalhando na elaboração
de sua nova Encíclica sobre o tema da ecologia, que ainda não tem data certa
para a sua publicação. O maravilhoso, no entanto, é a sua humildade explicitada
em sua atitude de acercar-se de especialistas para escrever este documento,
além da contribuição de pessoas da melhor qualidade, no que diz respeitos aos
indígenas, ao ecossistema e à vida da floresta amazônica, tais como, Dom Erwin
Krautler, Bispo do Xingu, sem esquecer o grande antropólogo e teólogo Paulo
Suess, ambos do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), no Brasil.
Colaboração vital e de uma importância
incomensurável, não poderia faltar, oriunda dos filhos espirituais de São
Francisco de Assis, na pessoa do Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores,
Frei Michael Perry, que já entregou ao Sumo Pontífice o documento “Franciscanos
pela Ecologia”. Com absoluta certeza o Papa irá falar aos cristãos, bem como as
pessoas de boa vontade do planeta em sua Carta Encíclica sobre a importância da
ecologia, dizendo alto e em bom tom que este mundo tem que ser reflexo da
cidade santa, da nova Jerusalém e que jamais podemos pensar em edificar este
mundo sem Deus.
Que as palavras do Cardeal Lorscheider, impoluto
filho de São Francisco e grande baluarte na defesa da vida e da ecologia, que
do céu não cessa de pensar no nosso mundo tão contraditório, sobretudo, quando
o mesmo encantava as pessoas, ao falar do pobrezinho de Assis: “No Cântico das
Criaturas, que expressa esta liberdade interior e exterior, conseguida pelo
Santo de Assis; que só uma vida inteiramente aberta a Deus e ao Irmão é capaz
de dar à criatura humana o gozo da libertação, que conduz à liberdade pura e
santa com que Deus nos criou”, para que tenhamos um mundo, a partir da
ecologia, mais de acordo com o projeto do Criador e Pai. Assim seja!
*Padre da Arquidiocese de
Fortaleza, escritor, colunista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de
Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará
(ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso -
geovanesaraiva@gmail.com
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