Por Ir. João Antônio Johas Leão
“Mas estendeste tua mão do alto, e arrancaste minha alma deste abismo de trevas, enquanto minha mãe, tua fiel serva, chorava-me diante de ti muito mais do que as outras mães costumam chorar sobre o cadáver dos filhos, pois via a morte de minha alma com a fé e o espírito que havia recebido de ti. E tu a escutaste, Senhor, tu a ouviste e não desprezaste suas lágrimas que, brotando copiosas, regavam o solo debaixo de seus olhos por onde fazia sua oração; sim, tu a escutaste, Senhor.”
Santa Mônica é conhecida entre os católicos por ser a mãe do grande santo de Hipona que com grandes dificuldades conseguiu, por sua perseverança na oração e na caridade, a graça de ver o seu filho convertido ao catolicismo. Nesse trecho que acabamos de ler das confissões de Santo Agostinho, podemos ver como o santo tinha em grande apreço todo o esforço que sua mãe realizou durante 30 anos para que ele se aproximasse da fé verdadeira.
Um dos valores que mais reluzem na vida dessa Santa é a confiança na oração. Quantos de nós católicos podemos dizer que temos a mesma confiança que demonstrou Santa Mônica? Temos muitas vezes preguiça de rezar, deixamos a oração para o fim do dia, “se der tempo”, e muitas vezes “não temos tempo”. No entanto, a oração é fundamental para a vida cristã. Ela é para a alma o que o respirar é para o corpo. Não se pode viver sem respirar. Se não rezamos, morremos espiritualmente.
Jesus insistiu muito nisso. Como um exemplo podemos abrir nossas Bíblias no capítulo 18 de Lucas e ler uma parábola que Jesus contou exatamente para “mostrar que era preciso orar sempre sem desfalecer”. É a parábola da viúva que se aproxima de um Juiz que não temia a Deus para pedir-lhe justiça. A viúva pede tanto ao Juiz que este, para não ser mais incomodado, concede o que ela queria. E a parábola termina com Jesus dizendo: “E Deus? Não fará justiça com os seus eleitos que estão clamando dia e noite? Eu digo que fará justiça logo! Mas quando venha o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?”
Jesus encontraria hoje uma fé verdadeira no seu coração? Foi isso que ele encontrou no coração de Santa Mônica. Uma fé que lhe foi transmitida desde cedo e que cresceu com o tempo e com a prática das virtudes cristãs em meio a muitas dificuldades.
Além da tristeza pelo filho que parecia se afastar cada dia mais de Deus, santa Mônica sofria com o esposo que tinha uma personalidade muito forte que poderia chegar a ser agressivo. Ela dizia: “Quando meu marido está de mal humor, eu me esforço para estar de bom humor. Quando ele grita, eu me calo. E como para brigar precisam de dois e eu não aceito a briga...não brigamos.” Essa luta ela também acabou vencendo pela oração com a Graça de Deus quando seu esposo também se converteu.
Por esses motivos Santa Mônica é a padroeira das mães e esposas católicas. Vendo seu exemplo, todas as mulheres de hoje que passam por situações muito difíceis na família, podem se aferrar ainda mais à oração com a confiança de que Deus fará justiça logo, quando encontre a fé correspondente no coração. Lembremos o que disse Jesus: “Em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.” (Mateus 17:20)
Peçamos hoje a intercessão de Santa Mônica por todas as famílias cristãs que passam por momentos de dificuldade. Que como ela possamos perseverar sempre na oração e na caridade com a esperança de que “todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus.” (Rom 8, 28).
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